quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

PREVENIR OU REMEDIAR?



Os que entendem desta matéria, afirmam com cálculos matemáticos que é menos custoso prevenir do que remediar, recompor, reconstruir.
Num desastre – incêndio, inundação, acidente de trânsito ou choque elétrico – há inúmeros aspectos que tornam a prevenção complexa, mas fisicamente possível.
Vamos aos dois orifícios de uma tomada elétrica. Por comodidade de ligar aparelhos elétricos, elas estão situadas à altura que uma criança de dois anos pode alcançar. Nessa idade de querer tudo saber e em tudo tocar, os dedinhos tentam descobrir o que se esconde nesses buraquinhos redondinhos, no canto escuro do quarto.
Um dos alertas a observar é que havendo tomadas na sala ou no quarto é fato conhecido que crianças normais podem enfiar os dedinhos nos furinhos. O ensaio que a criança pretende realizar é se seus dedinhos cabem nos furinhos. Ela não teve, no ventre materno, lições de física. Não sabe de eletricidade. O único choque térmico foi ao sair do ventre quente da mãe e entrar para a atmosfera fria.
Para prevenir o choque elétrico e, ao mesmo tempo, não decepcionar a curiosidade de saber se os dedinhos cabem nos furinhos, tomam-se providências. Um falso plugue esconde os buraquinhos e uma caixa cúbica com orifícios de formas geométricas é posta à disposição das experiências da criança para que ela descubra as dimensões não só de seus dedinhos como dos triângulos e retângulos a enfiar em seus respectivos lugares.
Ana Clara, porém, impressionando as visitas com sua esperteza, aos dois anos, burlou a vigilância da mãe e testou o tamanho dos furinhos. O choque elétrico quase lhe custou a vida. Passou horas, em observação, no Pronto-Socorro . Movimentou ambulância, médicos e enfermeiras. O pai foi avisado no local de trabalho. Pediu permissão para se ausentar. A mãe chorava de angústia lamentando-se da imprevidência. As demais atividades da casa se paralisaram.
O custo do falso plugue é infinitamente menor do que o das consequências da curiosidade infantil malconduzida.  A informação sobre a experiência histórica de crianças que enfiam dedinhos na tomada é o primeiro aspecto a ser considerado na construção de um sistema de prevenção que inclui um falso plugue e uma caixa com orifícios de formas geométricas.
No caso das inundações, na temporada de chuvas anuais, as cidades afetadas têm mais de cem anos de história, uma série suficientemente longa para ilustrar a inteligência prática das pessoas que residem nelas e dos funcionários que foram designados para construir um sistema de prevenção que reduza os efeitos de fortes chuvas, a cada ano mais intensas, em razão das mudanças climáticas.
Um sábio sistema de prevenção que inclua itens correspondentes ao falso plugue e à caixa com orifícios de formas geométricas. Os que entendem do assunto repetem, todos os anos, que um real aplicado em prevenção poupa milhões em reconstrução.

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