CARTAS DA PRISÃO - A DISJUNTIVA: VIDA OU EMPREGO.

CARTAS DA PRISÃO

A DISJUNTIVA:VIDA OU EMPREGO

Amigos,

Confesso que nada sei de coronavírus além de que qualquer vírus faz parte da biodiversidade da qual nós e todas as vidas fazemos parte. Menos ainda sei sobre o que vai acontecer com os empregos nos próximos meses. Sabemos que o vírus está levando vidas ao túmulo. O desemprego, dizem, levará as pessoas à morte pela fome. Não será possível ao tirocínio do homem sapiente tratar com inteligência esses dois aspectos que atormentam a população?  Os administradores públicos, os comunicadores da mídia, os economistas, os analistas políticos, os sociólogos, os médicos sabem como lidar com o V19 e com o desemprego? O presidente do país está preocupado com o desemprego e morte de famintos, mas não com as vítimas do V19. Em algum lugar do Brasil, nos últimos quatro meses, um brasileiro morreu de fome? Convivemos, há décadas, com desemprego, apesar do crescimento econômico e do dito desenvolvimento sustentável. Pouca preocupação se percebe com mais de 40 mil mortes anuais nas estradas; ou mais de 50 mil mortes/ano por assassinatos; ou mais de 30 mil crianças mortas com menos de um ano de idade; ou com milhares de vítimas de câncer por ano. Mas de fome, não há registros recentes. Registram-se, hoje, 14.000 mortos pela virulência do V19. Quantos pela fome por perda temporária do emprego?  No Brasil, criaram-se frentes diversificadas de SOLIDARIEDADE: pequena ajuda financeira pessoal, empréstimos a empresas, suspensão de dívidas e contas de serviços, distribuição de toneladas de alimentos, além de mascaras de proteção etc... No momento, a melhor solução é a solidariedade do Estado, das empresas, dos cidadãos por todas as formas, até que o sistema de saúde encontre o remédio salutar.

15.5.2020

CARTAS DA PRISÃO -BANCO DA SOLIDARIEDADE 2

CARTAS DA PRISÃO

BANCO DA SOLIDARIEDADE 2

Amigos,

Solidariedade é a tônica da nova humanidade.

O exemplo vem do planeta e da natureza. Ambos abrigam generosamente todos os seres vivos sem discriminação. Um vírus desconhecido, sem CEP nem CPF, está no meio de nós. As máscaras e a separação das pessoas são a marca de um novo tempo, sem data para terminar. A ideia do consumismo, do progresso sem limite, do crescimento tresloucado e da acumulação afrontosa de riquezas está em cheque.

Vamos ao Banco da Solidariedade:

- seja solidário com todos. Saia de casa esporadicamente.

- ofereça máscaras a quem não tem.

- contribua com alimentos e água aos que têm fome e sede.

- se você tem uma diarista, pague seu dia de trabalho via banco para que não saia de casa. Assim fazem amigos meus.

- dispensa sua trabalhadora doméstica por dois ou três meses e continue pagando seu salário e impostos, como optaram amigos meus.

- se você aluga apartamento ou casa para outrem, suspenda o pagamento do aluguel por dois ou três meses. Tenho amigos que assim procedem.

- seja administrador do Banco da Solidariedade. Não dependa do Banco Central, do Tesouro Nacional ou do FMI.

- 36 milhões de administradores do Banco da Solidariedade somam-se, assim, a outros 36 milhões que a indiferença, e a displicência  os deixaram à beira do caminho.

- Olhe o outro. O outro é você. O outro é a árvore. O outro é a água. O outro somos todos.

Solidariedade é a tônica da nova humanidade que deixaremos aos descendentes.

12.5.2020

CARTAS DA PRISÃO BANCO DA SOLIDARIEDADE

CARTAS DA PRISÃO.
BANCO DA SOLIDARIEDADE
AMIGOS,
O ministro Mandetta repetiu inúmeras vezes que pouco ou nada se sabe sobre o V19, onde está, por onde anda. O v19 não tem CEP fixo e, por isso, o distanciamento e até o isolamento dos portadores do V19 são a única vacina eficaz. Mas, alguns políticos, economistas, jornalistas, e médicos não têm receio de declarar a própria ignorância e defender o funcionamento de empresas para manter empregos. Os desempregados estão condenados à morte por fome, dizem. A solução para impedir que os desempregados morram é o BANCO DA SOLIDARIEDADE.
Diz a Receita Federal que, neste ano, 36 milhões de brasileiros declararão sua renda. O Onix e o presidente dizem que há 36 milhões de famintos (trabalhadores sem empresa). Então, se cada CPF ou CNPJ, que declara renda, mantivesse um desempregado por dois ou três meses (pagar para que fique em casa), esses 36 milhões não precisariam sair de casa para espalhar o V19 ou levá-lo para casa ou ao cemitério. Temos que agir com os 36 milhões de famintos como o Tesouro Nacional está fazendo ao emprestar nosso dinheiro às empresas. O BANCO DA SOLIDARIEDADE é uma das mudanças que o V19 está indicando para a nova era da espécie humana – homo sapiens.
As árvores, as águas, o planeta agradecem e aplaudem o funcionamento do BANCO DA SOLIDARIENDADE.

NOTA: Amanhã darei exemplos de como, quem e onde funciona o BANCO DA SOLIDARIEDADE.

CARTAS DA PRISÃO - VÍRUS DO PODER

CARTAS DA PRISÃO

VÍRUS DO PODER

AMIGOS,

Política também tem seu vírus: o autoritarismo implícito do governante. Ele é fatalmente picado. Os poderes do vírus estão estabelecidos na Bula-Constituição. O governante agrega a ela a gordura de suas ambições, externadas por decisões, ratificadas a seu bel-prazer, com uma assinatura fatal.

Outra manifestação do vírus é a confusão febril entre o bem comum e o bem particular do grupo limitado que o cerca. Sempre há comprimidos receitados para impor decisões por meio de antibióticos que mantêm vivo o vírus do poder.

Outra manipulação do vírus é a mentira oficial dita em tom solene de verdade. A mentira clássica dos romanos: PROMOVER PARA REMOVER (Promuveatur ut remuveatur). A moeda será lançada e a sorte poderá mostrar a verdade ou a mentira, que não é crime punível. Porém, o tempo é aliado da verdade. O tempo dirá, com fatos e consequências, qual a extensão da mentira, aliada do autoritarismo. O vírus do poder incita o infectado a se manifestar como uma biruta: fala e age de acordo com a direção do vento. A biruta é obediente ao vento. Para pousar na pista é preciso conhecimento e prudência. O risco de derrapagens é permanente.

CARTAS DA PRISÃO - NO CERRADO

CARTAS DA PRISÃO

NO CERRADO

As caliandras florescem. Outono começa.

Quarenta anos ouvindo as árvores do Cerrado, falando com elas e protegendo as águas, penso que a natureza me proveu de anticorpos para conviver com tantos predadores e de antiespíritos para não ser vítima da superstição.

Gostaria que a possibilidade, a facilidade e o interesse movessem as pessoas a desfrutarem do prazer de compreender a natureza, acomodar a vida às leis orgânicas que dela emanam e da interdependência de todos os seres vivos.

Viver a biodiversidade não é apenas constatar que existem outros seres. É, sim, aceitar a interdependência dos seres vivos e interagir com eles no mais alto patamar da vida.

É lamentável que o homo sapiens não só discrimina e extingue espécies da vasta biodiversidade, como aviva preconceitos com seres de sua espécie. Eis o ambiente propício e fértil no qual atua o grande predador humano. Não importa quem seja sua vítima. Há paz semeada pelas árvores. Vamos colhê-la.

2.5.2020