sexta-feira, 27 de abril de 2012

CÓDIGO FLORESTAL


O nome verdadeiro deveria ser CÓDIGO DE PROTEÇÃO AOS BIOMAS BRASILEIROS cobrindo a universalidade geobiológica do território nacional.
Cada um deles merece um tratamento específico no qual se mencione a vegetação e os cursos de água. Definição de percentual de vegetação necessária, em cada bioma, para para proteger os mananciais nas bacias hidrográficas respectivas, sugerindo, orientando e induzindo a mudanças no modelo de produção de alimentos de origem vegetal e animal. Pôr limites na extensão contínua das grandes culturas, entremeadas com corredores vegetais, e racionalizar a densidade de cabeças dos rebanhos por hectare
O planejamento da expansão urbana deve figurar no código segundo a capacidade renovável do bioma de suportar a densidade populacional humana.
Se tivéssemos presidentes da república e ministros do meio ambiente que entendessem de ecologia e de antroposfera seria muito mais fácil propor normas e regras para a chamada SUSTENTABILIDADE.
Enquanto tivermos adoradores do PIB no governo, o IFI (Índice de Felicidade Interna) ficará para o próximo milênio.


quarta-feira, 25 de abril de 2012

SUSTENTÁVEL OU SUSTENTÁVEL

Os termos sustentável ou sustentabilidade, usados de forma abusiva, têm dois significados antagônicos, contraditórios e confundem até mesmo a mente de pessoas bem intencionadas, ecologistas e ambientalistas.
Existe a sustentabilidade do crescimento econômico – também dito crescimento sustentável – baseado na geração ou distribuição de renda para consumir, viabilizando todo tipo de indústrias que produzem bens para serem consumidos. É o atual programa econômico capitalista, neocapitalista, capitalismo humano, capitalismo participativo cujo indicador é o PIB. O PIB se tornou a referência filosófica, metafísica, política e norteadora da felicidade e da igualdade de todos diante das gôndolas dos hipermercados, das agências de automóveis ou balcões de aeroportos.
Há outra sustentabilidade baseada no equilíbrio da oferta dos diversos e inumeráveis elementos da riqueza natural para satisfazer necessidades, oferecer conforto e bem estar de quem os utiliza. Esta sustentabilidade depende, hoje e sempre, do racional crescimento e do controle da expansão da população e, ao mesmo tempo, um consumo racional e controlado dos bens extraídos da natureza. O crescimento da população e o consumo de bens, todos estes extraídos da natureza, têm que respeitar o ritmo e a velocidade da recuperação dos elementos vegetais e minerais necessários à produção de alimentos e de bens necessários ao conforto.
Atualmente, o sistema produtivo e o crescimento econômico baseados no consumo compulsivo e intensivo impõem um ritmo de destruição não condizente com a capacidade de recuperação da natureza. Esse crescimento é insustentável.
A mão humana, ao longo de milênios, é fazedora de desertos. Os desertos de hoje eram as florestas de ontem, a maior parte delas derrubadas pelo machado de pedra, de ferro, pela motosserra e por gigantescas máquinas.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

ÁGUA E FOGO



A natureza do Cerrado, no Planalto Central do Brasil, nos dá duas brevíssimas dicas seguidas por muito poucos moradores desta belíssima região.
A primeira, captar águas da chuva durante o período aqui chamado invernal. É muita água que desaba sobre o planalto, mas que não se tomam as medidas adequadas para captá-las. Trata-se de um volume descomunal que obriga a todos a se abrigarem em lugar seguro. São 1.250 litros de água sobre cada metro quadrado de chão. O volume desse precioso líquido despejado numa área de 1.000 m2 (um lote de 100x10), nos meses de chuva, é de um milhão e duzentos mil litros, ou 1.250 m3. Para onde vai essa água com toneladas de plásticos, latas, garrafas e inumeráveis espécies de lixo? Não é a toa que nossos córregos se enchem, principalmente quando se desmatam milhares de hectares às margens dos rios. Não é a toa que nossas cidades são inundadas a cada ano repetindo-se tragédias.
A segunda, deixar a natureza cumprir seus meses de repouso, guardando a água acumulada nas raízes, nas folhas e nos troncos, protegendo as sementes caídas no chão. O fogo é um dos maiores inimigos do cerrado. A lenda de que o fogo é espontâneo ou é necessário para renovar pastos é apenas um dos ingredientes da ignorância herdada de geração em geração. A queimada arrasa a biodiversidade destruindo milhares de espécies e matando milhões de insetos e pequenos animais que garantem a interdependência e a sobrevivência dos seres vivos e sua reprodução.
O desalento entristece os que protegem a natureza. Não se captou em proporções mínimas a água da chuva e, agora, teme-se o fogo arrasador de todos os anos.
 

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terça-feira, 17 de abril de 2012

PASSARELA OU VIADUTO

A Agrovila Engenho das Lajes está na fronteira do Distrito Federal com o estado de Goiás, situada no Km 30 da BR-060.
Há vinte anos, os moradores por meio da Associação dos Produtores e Moradores do Engenho das Lajes vem solicitando aos órgãos (in)competentes a construção de uma passarela uma vez que os condutores de automóveis não respeitam as placas de reduçao de velocidade.
Em resposta a esse choro social desesperado, diante dos frequentes atropelamentos, o governo, obediente às empreiteiras, decidiu duplicar a rodovia para melhorar o fluxo de carros entre Brasília e Goiânia. E, na Agrovila, por decisão do DNIT, foi levantado um viaduto que, depois de vários anos, continua inacabado. E, por cúmulo da malandragem, a empreiteira esqueceu de pôr manilhas para escoamento das águas da chuva detidas pelo viaduto. No lago que se formou, ã margem direita do viaduto, direção Goiânia, afogou-se um menino de oito anos. Nas duas pistas de rolamento, aconteceram vários atropelamentos, pois os condutores de carros não respeitam lombadas nem placas de redução de velocidade.
A PASSARELA continua sendo um pedido desesperado dos moradores do Engenho das Lajes. O dinheiro da PASSARELA foi usado e desviado pela empreiteira com a conivência dos órgãos cujos funcionários (ir)responsáveis são regiamente pagos pelo dinheiro do IPVA e da arrecadação de outras dezenas de impostos.
Hoje, 17 de abril de 2012, infelizmente, ocorreu um novo atropelamento, mobilizando o Corpo de Bombeiros, a polícia técnica e o Hospital Regional do Gama onde se encontra a vítima.

sábado, 14 de abril de 2012

BIENAL BRASIL DO LIVRO E DA LEITURA

Não existia, até hoje, literatura, nem escritores, nem obras no Brasil.
A literatura brasileira começa hoje com o lançamento do evangelho literário segundo o PT sob o pomposo título de Primeira Bienal do Livro e da Leitura.

O PT quer literatura de ideias, de pensamentos fortes e, para isto, convidou o eminente escritor José Dirceu e o acadêmico Agnelo Queiroz.

Contenham o riso, amigos.

Pelo número de livros (1.700) que concorreram aos prêmios, devem ter sido lidos mais de 40 por dia no prazo estipulado de 40 dias após a divulgação do concurso literário.

De farsa em farsa, a cultura brasileira avança para trás, para o ridículo do pensamento literário único de cunho partidário.

A literatura, no Brasil, começa hoje.

terça-feira, 10 de abril de 2012

BRASÍLIA + 50

Enquanto os ecologistas do país e do mundo se debruçam cansados e desesperançados sobre a Conferência Rio + 20, por que não propormos, nós os brasilienses, uma Brasília + 50?
Centraríamos nosso poder cívico de convencimento em dois alvos.
Um, manutenção rigorosa do verde que sobrou da hecatombe do crescimento populacional e da invasão imobiliária urbana e rural.
Dois, implantação de um sistema inteligente e diversificado de captação das águas pluviais, na área rural e na cidade, associado a um rígido controle dos depósitos de lixo.
Um dos estímulos à Brasília + 50 é pensar que nossos bisnetos terão, à essa época, 25 anos.
Se conseguirmos atrair as atenções da administração pública ao esforço denodado dos cidadãos conscientes será uma façanha indizível.
Como tiro de largada para a adesão à Brasília + 50, ofereço os 70 hectares de meu Sítio das Neves – Área de Preservação Permanente – com suas nascentes de águas vulcânicas, milhares de espécies vegetais, cobras, quatis, saguis, macacos, pacas, tatus, gatos do mato, mão-pelada, tamanduá, jacus, saracuras e uma centena de espécies de pássaros para felicidade geral do planeta e dos sobreviventes do gênero homo sapiens sapiens.





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sexta-feira, 6 de abril de 2012

RIVALIDADES



Foto: Favela da Rocinha

Parece difícil admitir que, à medida que aumenta a população urbana e a complexidade das relações sociais e econômicas, cresce também o número de distintos grupos rivais dentro de uma comunidade e entre comunidades.
Os grupos rivais da Rocinha (ou qualquer outro lugar), além de disputarem a sobrevivência entre si, têm que bater-se com grupos rivais externos enviados pelo Estado.
Vivemos numa sociedade fundamentada na rivalidade e pretendemos pacificá-la eliminando grupos rivais. O tamanho e a densidade da população, porém, geram grupos rivais com inovações nos métodos e nas armas. O segredo está em domesticar as rivalidades e não em introduzir um grupo rival dominante a título de pacificador.
Mas a domesticação de rivalidades será extremamente difícil com grandes populações rivais num cenário de desigualdades na redistribuição da riqueza e das oportunidades. Ponham-se num terreiro dez galinhas e dez galos e ver-se-á o trágico resultado.
O Estado, como grupo rival, não extinguirá os grupos rivais de grandes populações, pois eles se reproduzem por autocatálise dentro de condições e circunstâncias propícias. Os resultados mais comuns são mortes de ambos lados ou transferência de grupos rivais para prisões de onde comandam as rivalidades.
 
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