quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

MARIANA E BRUMADINHO

MARIANA


UMA FARSA CHAMADA MARIANA
A tragédia eco-humana, a maior das cinco já ocorridas há mais de dois meses, matou 19 pessoas, desalojou 160 famílias, destruiu a localidade de Bento Rodrigues, arrasou milhares de hectares de flora montanhosa e extinguiu centenas de espécies vivas ao longo de vales e rios. A tragédia está se transformando numa farsa chamada Mariana, encenada por atores mal-ensaiados da mineradora Vale do Rio Doce, BHP Biliton, Samarco e representantes de vários órgãos públicos federais, estaduais e municipais. O valor monetário estimado por esses atores para cobrir as irreparáveis mortes, o desalojamento de gente, a destruição do bairro e as irrecuperáveis perdas ambientais, até agora, está sendo avaliado em 20 bilhões de reais. Um desrespeito à dignidade de todas as vidas ali sacrificadas indistintamente de sua identidade. Uma farsa que se estenderá por 100 anos sem que esses atores sintam vergonha de estar atuando em praça pública. O que se deve questionar, diante deste e de outros fatos vindouros, é a mineração, seus processos e procedimentos. Nenhuma mineradora, no Chile, na China ou no Brasil é ecológica e democrática. Sabemos que parte do minério vai para a China a fim de salvar o PIB. O que não sabemos e que ninguém leu foram os estudos geológicos, guardados como sigilo de Estado no Ministério de Minas e Energia e Ministério do Meio Ambiente. Neles se autorizam e liberam furadeiras para fragmentação de rochas compactas, bombas de sucção, explosões e, em letras miúdas, alertam para os riscos, as consequências e as reações geológicas das montanhas devassadas, segundo advertiu timidamente o engenheiro Joaquim Pimenta de Ávila. Como Pompeia, o que restou do bairro Bento Rodrigues deveria ser cercado, protegido e declarado MUSEU DA INSANIDADE para que os visitantes, ao longo de séculos, sentissem pavor e vergonha desta farsa oficial chamada Mariana.
20.1.2016

MARIANA, DE NOVO, TRAGÉDIA ECO-HUMANA

Os órgãos oficiais, em disputa com as mineradoras, insistem em responsabilizá-las por crime ambiental doloso com o objetivo de aumentar o valor das multas que passou de um para vinte bilhões de reais. Focaram as investigações nas causas do rompimento das barragens. Trata-se de um exemplo no qual a obra se tornou maior do que a capacidade do criador em administrá-la. O criador da obra não compreendeu a complexidade das leis da natureza e da natureza das coisas. Insisto em que as mineradoras e o governo, em nome da tranquilidade da população, devam suspender os trabalhos de mineração e empreender novas pesquisas e estudos geológicos para determinar a quantidade de minérios que podem ser extraídos e os riscos ecológicos e humanos decorrentes de sua extração. Dadas as falhas observadas em todas as minas do mundo e em especial no Brasil, o princípio da precaução deve prevalecer mesmo que se tenha de lacrar minas como o fizeram outros países.
A vida no planeta e, em particular, a da espécie humana, não dependem essencialmente da mineração para sobreviver. Tendo ferro e aço, haverá tanques de guerra, metralhadoras e bombas que “justificam” milhões de empregos indiretos e enterram milhões de mortos. É possível que a Polícia Federal chegue à conclusão que o principal criminoso dessa tragédia eco-humana seja quem autorizou a escavar montanhas sem estudos abalizados e advertências inquestionáveis do ponto de vista ecológico e humano.

BRUMADINHO

É imprescindível repetir aos ouvidos e aos cérebros dos fanáticos do crescimento econômico e dos adoradores do PIB que estão cometendo, irresponsavelmente, crimes eco-humanos. Esses crimes eco-humanos cometidos repetidamente, em muitas atividades econômicas, estão destruindo vidas e aumentado os sofrimentos universais dos seres vivos.
Quantos empresários, altos funcionários e grandes investidores da VALE estavam no refeitório de trabalhadores soterrados pela lama?
27.1.2019

CAPITALISMO DESUMANO



Foto ANA, Um novo olhar sobre o Cerrado, Sítio das Neves (DF)

CAPITALISMO DESUMANO

Enquanto a acumulação de capital e lucros rege as cabeças dos fazedores de politicas econômicas privadas e estatais, a desumanidade, a desigualdade, a pobreza, a miséria e os sofrimentos dos seres vivos serão consequências fatais.
As mineradoras (leiam ARMAS, GERMES E AÇO, Jared Diamond) que, por linha reta, abastecem fábricas de armas e tanques de guerra, automóveis e aviões, celulares e quinquilharias para ativar o consumo desequilibrado, estão no centro da depredação do planeta.
A tecnologia, para ser pacífica, requer códigos de conduta, sabedoria de administração e princípios de precaução. A exploração das entranhas da terra, o estripação das montanhas e a defloração de vales e águas são a origem dos crimes eco-humanos.
A geração de dez mil postos de trabalho, com sua escassa remuneração, não justifica nem paga uma única morte. Eles são mantidos pelos lucros de poucos e pela corrupção enraizada nas decisões e favores da administração pública nababesca, submissa e caudatária.
Até quando a indiferença, a ganância, a sede de poder, a loucura da dominação da natureza continuarão pervertendo o cérebro da espécie humana?
Um novo olhar sobre o planeta fará bem à espécie humana e dará felicidade às árvores, aos beija-flores, às girafas, às aranhas, aos tatus e às águas de nossas nascentes.
30.1.2019

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

ECONOMIA ECOLÓGICA (DOIS)


ECONOMIA ECOLÓGICA
ALTERNATIVAS DE AÇÃO POLÍTICA

(TEXTO PROVISÓRIO AMPLIADO EM 15.1.2019)

As decisões econômicas do G-20, imitadas pelo G-150, baseadas nas expressões estimulantes de crescimento econômico, aumento do PIB, geração de emprego e melhoria da renda, bolsas de valores, valorização de moedas, podem levar ao impasse social e ambiental em poucas décadas. As decisões em voga não extinguirão, nos próximos vinte anos, a pobreza ou a desigualdade.
A mudança do desenvolvimento quantitativo para o qualitativo é uma atitude racional reclamada pelo ecossistema global que desafia os ímpetos da tecnocracia econômica globalizada privada e pública.
O acordo de entendimento entre a espécie humana e a natureza – conjunto de bens e riquezas à disposição da biodiversidade – deve  ser proposto e definido no menor prazo.
Todo o esforço precisa se dirigir à preservação da biodiversidade. As decisões que comprometem e dificultam a sobrevivência da biodiversidade devem ser evitadas em razão do princípio da precaução.
Aos que sentem faltar o chão na política, aos que sonharam com utopias de esquerda, aos que perderam suas armas de participação no jogo social, ou se desencantaram com o progressismo, lembro o conselho de Fidel Castro à esquerda latino-americana na Conferência do Clima Eco/92:  
“Estilos de vida e de consumo que arruínam o meio ambiente não devem mais ser transplantados para o Terceiro Mundo.” 

Pode-se construir uma plataforma de lançamento de ações revolucionárias sobre alguns pilares:

·                  
         O planeta Terra é pequeno e suas reservas para sustentar a biodiversidade (trilhões de vidas) são limitadas. Consequentemente, o número de moradores desta casa também deverá ser limitado em âmbito mundial. Em todos os países, muitos casais, mulheres e homens, compreenderam que é necessário limitar o número de filhos. A grande família deixa de ser idealizada e dá lugar ao filho único ou, no máximo, a dois. É número suficiente para justificar a maternidade e a paternidade. 
         Os índices de natalidade se reduzem lentamente. As previsões para 2040 são de 10 bilhões de pessoas. Em consequência, a produção industrial e de alimentos terá um impacto ainda mais pesado sobre as riquezas naturais limitadas. Florestas, água e terra também serão afetadas pelas mudanças climáticas.
·       A espécie humana é a única entre todas as formas de vida que pode explorar, de forma predatória, as reservas no solo, no subsolo (extrativismo), no ar, nas águas doces e salgadas. E é capaz de adaptar-se em qualquer região do planeta. A população humana cresce em ritmo maior do que a capacidade humana de administrá-la eficaz e equitativamente.
·     É provado que o aumento numérico da espécie humana contribui diretamente para a destruição de vidas existentes no solo, no subsolo, no ar e nas águas doces e salgadas. Torna-se mais e mais difícil manter o equilíbrio entre o uso de bens e a regeneração dos biomas ocupados.  No ano 1800, a população mundial de um bilhão teria aritmeticamente uma área terrestre de 19,9 hectares por pessoa. No ano de 2018, com 7,5 bilhões de pessoas, o tamanho da área diminuiu para 2,7 hectares per capita.
·                  Igualmente, sua capacidade de produzir alimentos implica na destruição de florestas e de habitantes naturais de bosques, na reprodução de animais domésticos que também necessitam espaços, abrigos, água e comida.
·       A destruição ou extinção de espécies vegetais e animais de diferentes biomas do planeta, em troca de outras espécies, em benefício quase exclusivo da espécie humana,  modificam o ambiente, mudam o clima, rompem o sistema predatório natural, poluem as águas, afetam a saúde de toda a biodiversidade. Grandes investimentos alternativos são desviados para corrigir os erros contra a natureza.
·             O aumento do consumo de bens naturais e de artefatos, necessários e supérfluos, está diretamente relacionado ao crescimento da espécie humana, pelo estímulo econômico ao consumo de bens em nome do conforto.
·             O estímulo ao crescimento econômico – produzir mais para consumir mais – é uma corrida irracional a caminho do esgotamento das reservas do planeta, comprometendo energias e forças necessárias para diferentes atividades na área do conhecimento e da sabedoria das pessoas.
·       Observa-se que as diferenças e as desigualdades são mais difíceis de serem administradas com superpopulação mundial e superpovoamento regional.       Os sistemas de acumulação, distribuição e repartição das riquezas produzidas são complexos e sua complexidade aumenta com a superpopulação. A competição para apossar-se das riquezas tende a excluir os mais fracos e menos organizados.
·                A urbanização intensa, horizontal e vertical, em razão da superpopulação, é dominada por máquinas de terra e ar, barulhentas e poluidoras. A remodelação das cidades é medida de sabedoria humana. Todo o sistema de mobilidade deverá ser confinado em corredores exclusivos, deixando a urbe para pedestres. Hoje, as pessoas são vítimas de um ambiente propício ao ataque de nervos, de cansaço, de agressividade, de limitação da liberdade, de doenças, de poluição do ar e das águas. O conceito de convivência social se modificará com a separação dos corredores de trânsito dos ambientes humanos.
·     Os avanços da sabedoria da espécie humana, baseada em seus conhecimentos, pode garantir a harmonia entre preservação das reservas naturais e a sobrevivência de todos os seres vivos que formam a biodiversidade, cuja função é preservar a continuidade de todas as espécies. 
          É prudente e urgente promover ações que expressem o moderado uso das riquezas naturais, a amplitude do desenvolvimento cultural, a radicalização da democracia, o compromisso inarredável com os direitos humanos, sem discriminação, e exploração de alternativas sociais econômicas e ambientais de respeito às leis naturais.

AÇÕES

Ações de curto prazo – Organização de grupos, melhorar conhecimentos ecológicos e ambientais em cada bioma, definição de áreas a liberar. Aderir a atividades de reflorestamento, preservação de nascentes. Participar de reuniões para avaliação das atividades praticadas e intensificação de medidas de expansão de outras ações, tais como, redução do uso do carro particular, operação lixo-zero.
Dar a esta fase o caráter de movimento sem lideranças orgânicas. Participar por convicção ambiental, ecológica, social. Ideias de frente serão veiculadas de maneira clara que suscitem novos comportamentos sobre controle na reprodução humana. O envolvimento de mulheres é essencial.

Ações de médio prazo – Atuação política junto a deputados, organismos públicos, seminários, convenções, Em regiões onde os biomas e as características ambientais sejam favoráveis à pequena produção autossuficiente, o Estado reservaria áreas contínuas de assentamento de famílias, intercalando as áreas de plantio com as de preservação. Formar-se-iam corredores de produção ecológica sustentada com um subsídio suplementar para adquirir itens complementares. Um sistema de trocas poderá ser estabelecido entre as áreas produtivas respeitando a vocação dos assentados.

Ações de longo prazo – Contaminação do poder democrático, legítimo, antes e depois do processo eleitoral. (A propor) 


ANEXO

O TAMANHO DA TERRA

 510.000.000 k2         
51.000.000.000 hectares
Água: 361.000.000 k2
           36.100.000.000 ha 
No Hemisfério Norte: 18% - No H. Sul - 82 %
Emersa:  Continentes e ilhas -Terras
149.000.000 km2      
14.900.000.000 ha     Hemisfério Norte 60% - Sul 40%

RELAÇÃO ÁREA X POPULAÇÃO. EM
1800          1.0 bi         19.9 ha / hab
1959          3.0 bi           6,6 ha / hab
1974          4.0 bi           4,9 ha / hab     
2000          6.5 bi           3,0 ha / hab
2019          7.5 bi           2,7 ha / hab
2050        10,0 bi           1,9 ha / hab

Para propiciar bem-estar à população mundial, em 2050, medidas diferentes, modelos de produção de alimentos e de artefatos industriais terão que ser implantados nestes próximos 30 anos. A administração da casa comum deverá passar por mudanças radicais gradativas. Considere-se que, em alguns países do Hemisfério Norte, o intenso consumo de bens de um habitante requer a energia e o esforço produtivo de 9 hectares. No momento, o planeta só dispõe de 2,7 hectares per capita. A desigualdade aumentará ano a ano.


Mantendo-se a média estatística de 2,5 filhos por casal, a população será em
2100 – 15,1 bi – 1,3 ha per capita
2200 – 33,5 bi – 0,6 ha per capita
2300 – 71,0 bi – 0,28 ha  per capita

2.1.2019


sábado, 5 de janeiro de 2019

ECONOMIA ECOLÓGICA


ECONOMIA ECOLÓGICA
ALTERNATIVAS DE AÇÃO POLÍTICA

(TEXTO PROVISÓRIO EM PROCESSO - CONTINUA)

As decisões econômicas do G-20, imitadas pelo G-150, baseadas nas expressões estimulantes de crescimento econômico, aumento do PIB, geração de emprego e melhoria da renda, bolsas de valores, valorização de moedas, estão abrindo, de forma segura, a avenida para o precipício profundo do impasse social e ambiental que aguarda a humanidade em poucas décadas. As decisões em voga não extinguirão a pobreza ou a desigualdade.
O acordo de entendimento entre a espécie humana e a natureza – conjunto de bens e riquezas à disposição da biodiversidade  - deve ser proposto e definido no menor prazo.
Todo o esforço precisa se dirigir à preservação da biodiversidade. As decisões que comprometem e dificultam a sobrevivência da biodiversidade devem ser evitadas observado o princípio da precaução.
Aos que sentem faltar o chão na política, aos que sonharam com utopias de esquerda, aos que perderam suas armas de participação no jogo social, ou se desencantaram com o progressismo, lembro o conselho de Fidel Castro à esquerda latino-americana na Conferência do Clima Eco/92:  
“Estilos de vida e de consumo que arruínam o meio ambiente não devem mais ser transplantados para o Terceiro Mundo.” 

Pode-se construir uma plataforma de lançamento de ações revolucionárias sobre alguns pilares:

·                 O planeta Terra é pequeno e suas reservas para sustentar a biodiversidade (trilhões de vidas) são limitadas. Consequentemente, o número de moradores desta casa também deverá ser limitado em âmbito mundial.
·       A espécie humana é a única entre todas as formas de vida que pode explorar, de forma predatória, as reservas no solo, no subsolo (extrativismo), no ar, nas águas doces e salgadas. É capaz de adaptar-se em qualquer região do planeta.
·       É provado que o aumento numérico da espécie humana contribui diretamente na destruição de vidas existentes no solo, no subsolo, no ar e nas águas doces e salgadas.
·       Igualmente, sua capacidade de produzir alimentos implica na destruição de florestas, de habitantes naturais de bosques, de reprodução de animais domésticos que também necessitam espaços, abrigos, água e comida.
·       A destruição ou extinção de espécies vegetais e animais de diferentes biomas do planeta, em troca de outras espécies em benefício quase exclusivo da espécie humana,  modificam o ambiente, mudam o clima, rompem o sistema predatório natural, poluem as águas, afetam a saúde de toda a biodiversidade.
·       O aumento do consumo de bens naturais e de artefatos, necessários e supérfluos, está diretamente relacionado ao crescimento da espécie humana, pelo estímulo econômico ao consumo de bens em nome do conforto.
·       O estímulo ao crescimento econômico – produzir mais para consumir mais – é uma corrida irracional a caminho do esgotamento das reservas do planeta, comprometendo energias e forças necessárias para diferentes atividades na área do conhecimento e da sabedoria das pessoas.
·             Observa-se que as diferenças e as desigualdades são mais difíceis de serem administradas com superpopulação mundial e superpovoamento regional. Os sistemas de acumulação, distribuição e repartição das riquezas produzidas são complexos e sua complexidade aumenta com a superpopulação. A competição para apossar-se das riquezas tende a excluir os mais fracos e menos organizados.
·                A urbanização intensa, horizontal e vertical, em razão da superpopulação, é dominada por máquinas de terra e ar, barulhentas e poluidoras. A remodelação das cidades é medida de sabedoria humana. Todo o sistema de mobilidade deverá ser confinado em corredores exclusivos, deixando a urbe para pedestres. Hoje, as pessoas são vítimas de um ambiente propício ao ataque de nervos, de cansaço, de agressividade, de limitação da liberdade, de doenças, de poluição do ar e das águas. O conceito de convivência social se modificará com a separação dos corredores de trânsito dos ambientes humanos.
·       Os avanços da sabedoria da espécie humana, baseada em seus conhecimentos, pode garantir a harmonia entre preservação das reservas naturais e a sobrevivência de todos os seres vivos que formam a biodiversidade, cuja função é preservar a continuidade de todas as espécies.
            É prudente e urgente promover ações que expressem o moderado uso das riquezas naturais, a amplitude do desenvolvimento cultural, a radicalização da democracia, o compromisso inarredável com os direitos humanos, sem discriminação, e exploração de alternativas sociais econômicas e ambientais de respeito às leis naturais.

Ações de curto prazo
Ações de médio prazo
Ações de longo prazo

2.1.2019