quarta-feira, 15 de maio de 2024

BANHO DE CERRADO

 BANHO DE CERRADO

No sábado, dia 11 de maio de 2024, um grupo de professores – Ray di Castro, Jeane Lopes Silva, José Henrique Galdino, Neverton Caixeta, Gerardo Wellington C. de Andrade, João Gabriel Andrade - participaram de uma atividade de paz com a natureza, como bioma Cerrado, com o ecossistema da Biocomunidade do Sítio das Neves, em busca do ABC da biodiversidade. Composto de água, solo, ar e luz/calor, os ecossistemas vêm alimentando vidas, durante 4 bilhões de anos. Os humanos chegaram bem depois dos não humanos e ainda estão aprendendo as primeiras letras do ABC da natureza. Biodiversidade é o nome da paz social que a espécie humana precisa construir para preservar a vida. A teia da vida junta todos os seres vivos humanos e não humanos.
Fotos na Biocomunidade Sítio das Neves
Imagens do jornalista fotógrafo MARCELO FERREIRA/CB/D.A.PRESS

quarta-feira, 8 de maio de 2024

RECONSTRUIR É PRECISO! VIVER!

 

RECONSTRUIR É PRECISO! VIVER!

 

A água levou vidas humanas e não humanas, casas, pontes, estradas morro abaixo. Aqueles lugares conhecidos, familiares, vistos, ouvidos, falados e cantados não existem mais. O velho pé de camélia se foi e, com ele, a hortênsia azul do jardim. Mais de um milhão de pessoas, açoitadas pelas tempestades, pensam no lugar que não existe mais. Construir um novo lugar, com ideias e comportamentos antigos e equivocados?

Não se sabe o que trazem na cabeça - ministros, presidente e governador - a mais de um ou vários bilhões de reais para reconstruir o Estado do Rio Grande do Sul. Reconstruir é preciso! Prédios, casas, estradas, pontes, barragens, lavouras. Reconstruir, consertar, repor sobre um solo cansado? Se reconstruir é montar o novo sobre a base frágil que os trilhões de litros enfurecidos de água varreram, dando a isso o nome de recuperação econômica do Estado, nada mais é do que preparar o cenário propício para a próxima resposta da natureza.

Todas as evidências, ao longo de alguns séculos, mostram que os fenômenos físicos e a constituição da natureza têm leis pétreas. Funcionam sem possibilidade de emendas. Em 1973, na Conferência de Estocolmo, antecipando-se aos gritos da natureza, os cientistas do clima, aprovaram o Princípio da Precaução, a ser observado por chefes de nações e empresas econômicas, como base da atividade humana inteligente no caminho da sobrevivência. Precaução quer dizer: se houver dúvida científica de que a intervenção humana no funcionamento da natureza possa dar certo, melhor não fazer ou adiar. A natureza cobrará pelos erros.

Reconstruir é preciso! Reconstruir nossa maneira de pensar o significado da vida, a maior riqueza do planeta. A prática ecológica da sábia ação humana, associada aos seres vivos não humanos, integrada à natureza, obedece criteriosamente a um sistema de relações sociais que engloba uso da água, do solo, do ar, da luz e calor. A proteção permanente do adequado funcionamento integrado desses quatro elementos é fundamental para uma ecopolítica geradora de vida. Há que investir, sabiamente, um bilhão de minutos para construir um novo olhar sobre a natureza. Um novo olhar sobre a vida.

Reconstruir é preciso! Viver!

terça-feira, 7 de maio de 2024

ENCHENTES NO RGS

 

ENCHENTES NO RGS

A chuva, as enchentes de São Miguel e de São José, o calor, o frio, o vento. a natureza, as árvores, as curicacas são conhecidos dos gaúchos. Nasci num vilarejo, Casca, que se tornou cidade, 9.400 habitantes, na Serra Gaúcha, entre Guaporé e Passo Fundo.

As rodovias da Serra se abriram cortando montanhas, deslocando pedras, abatendo pinheirais. Abriram-se centenas de quilômetros de campos e florestas para cobri-los de soja, arroz, trigo e milho, culturas que usam água, mas não a retém. A morfologia que orientava ventos e chuvas e canalizava as águas para os rios que descem rumo ao mar pelo Guaíba e pela Lagoa dos Patos e Lagoa Mirim, foi alterada de maneira a canalizar quase todas as águas para as terras ocupadas por imigrantes italianos, alemães, poloneses que nelas replantaram a criatividade de suas culturas.

A recuperação do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, com vistas aos acontecimentos climáticos previstos para as próximas décadas, dependerá de nossa capacidade de repensar o uso do solo e recompor corajosamente a morfologia geográfica, medidas capazes de prevenir catástrofes semelhantes às que a natureza está mostrando ao Brasil. Um novo olhar sobre a natureza é necessário e urgente para redefinir as condições sociais da sobrevivência da teia da vida humana e não humana, no planeta.