quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

MONTANHAS SEM ALMA


Foto, gentileza de leotri.blogspot.com
Amigos, mandem-me um pedaço de alma envolta num poema. Ou numa palavra singela, verdadeira e única. Sinto falta de almas. A humanidade está perdendo a alma dispersa entre as quinquilharias supérfluas. As mensagens que recebo falam de tudo menos da alma de quem as manda. Guardem vivas a ironia, o sarcasmo as farpas. Apontem a displicência e o descaso que se derramam por toda parte. Ponham um pedaço da alma na indignação que parece tomar conta das ruas.
Tenho saudade da alma das pessoas e das coisas, não de palavras da moda impostas por costureiros de inutilidades. Tenho saudade da alma que sorria de graça, que olhava nos olhos.
As grandes águas que arrasam cidades rio abaixo são torrentes de lágrimas das montanhas que perderam a alma. Decepamos, arrancamos, queimamos sem piedade as almas verdes das montanhas, das serranias, dos vales. Levantamos cidades sem alma, sobre o cadáver da terra. As águas turvas que passam por elas em corrida desabalada são torrentes desalmadas à procura da alma das montanhas.
Como as águas que vão e não voltam, as almas verdes das montanhas evaporaram-se. Ao ver pessoas soterradas sob grandes pedras e casas levadas pela corrente desalmada tenho infinita saudade da alma verde das montanhas. Voltarão as almas verdes das montanhas? Alguma coisa que se foi ainda volta neste nosso mundo? Percebo que, sem alma, a humanidade desaba.
Não poupe seus comentários. Envie-os pelo e-mail:





Nenhum comentário: