sexta-feira, 30 de abril de 2021

400 MIL MORTOS

 

400 MIL MORTOS! O BRASIL ESTREMECEU!

400 mil vítimas da insensata necropolítica brasileira.

Ao conhecer esse número, busquei minuciosamente em todos os cantos informáticos o nome do vitimado que completou essa cifra. Achei-o. Chama-se: Maria José Antônio Luzia Neusa Nathyelly Lorena Dulce Felisberto Dilmar Jean, pessoa física, contribuinte da Receita Federal, estadual e municipal.

Vi, nos olhos de 4 milhões de viúvos e viúvas, órfãos e órfãs, amigos e amigas, uma lágrima grossa e longa a deslizar pela face, tantas vezes olhada, acariciada e beijada pelos que descansam no chão úmido, sem despedidas.

Nossa amizade por eles não morre.

 

AQUI JAZEM NOSSOS QUERIDOS. (Foto divulgada na mídia)

quarta-feira, 28 de abril de 2021

QUANDO

 QUANDO


É dramático o isolamento da espécie humana em relação ao conjunto dos seres vivos. Isolamento consciente. Pretende ser a espécie viva privilegiada e ocupar todos os espaços para provar que ela pode tudo. Pretende ser o fruto da árvore da vida. Essa disputa pelo melhor lugar não se trava entre a espécie humana e girafas ou chimpanzés. É uma guerra incessante contra si. É autofágica. Na batalha entre países e culturas, o único perdedor são os mortos da espécie humana. Que importância tem o negacionismo e a insolência de administradores públicos e políticos para as girafas e os chimpanzés?
Que interesse têm os hipopótamos nas disputas do STF e das intrigas entre juízes e criminosos? São querelas pequenas que só interessam à espécie humana e aos deuses do Olimpo.
Quando a espécie humana destrói um quinto da Amazônia e mais da metade do Pantanal, polui as águas e ar, todas as espécies vivas se importam. A espécie humana responderá ao supremo tribunal da floresta pelos crimes ambientais que comete. Esse tribunal é imparcial.
O cérebro humano ainda não decodificou o significado nucleico da interação social e da interdependência de todas as vidas.
Quantos milhares de anos serão necessários para que o cérebro humano chegue à compreensão do que é a vida e para quê?

Elefantes mortos por intoxicação ao beber água poluída. África.
Foto divulgada na mídia.

sexta-feira, 23 de abril de 2021

DATAS INDISCRETAS E VINHO


DATAS INDISCRETAS E VINHO

 Aos queridos amigos e amigas, filhos da natureza e amantes do bom vinho.

Hoje, às 21 h e 21 m. deste dia 21, do ano 21, do século 21, convido a todos tomar uma taça de bom vinho em homenagem ao tempo que passa e nos dá tantas alegrias manchadas de tristezas.
O vinho fará a diferença..
No vinho está a verdade!

CÚPULA DO CLIMA

 CÚPULA DO CLIMA

Quarenta países convidados e a líder de 3 bilhões e 100 milhões de “pirralhos” de 15 a 25 anos, Greta Thunberg, que serão herdeiros de nosso comportamento ecológico.
Se esses quarenta chefes de Estado pensarem no futuro, para estabelecer qualquer número fantasioso, sem olhar para o presente, será mais um fracasso a ser examinado na próxima cúpula.
O compromisso ecológico é para hoje e não para 2030 ou 2050.
Nenhuma árvore cortada, HOJE!
Só este pode ser o compromisso com a natureza.
DESMATAMENTO ZERO COMEÇA HOJE!
É ECOLOGIA, CAPITÃO!

domingo, 18 de abril de 2021

CBN – BRASÍLIA 61

 CBN – BRASÍLIA 61


Este áudio poderá ser ouvido na CBN, no dia 21.4.2021

Conheci Brasília, menina, em sua frescura de seis anos, em 1966. Brasília era a criança esperança de um novo Brasil.
Impressionou-me, na primeira noite, o silêncio misterioso do Planalto. Olhei para o imenso firmamento cheio de estrelas e elas me convidaram para ficar com ela. A aparente solidão do Cerrado, que eu não conhecia, completou o convite.
Agraciado com uma bolsa do governo francês, em 1967, ingressei na Universidade de Paris.
Em maio de 1968, os parisienses fizeram das ruas o ponto de encontro para discutir o futuro da França.
Caminhando pelas ruas de Paris, saudei Hilkka, uma jovem jornalista finlandesa que cobria os eventos. Com ela, anos depois, voltei a São Paulo, onde integrei um Projeto da FAO/MA, que se transferiu depois para Brasília. Em julho de 1972, com Hilkka e a menina de dois anos, Aino Alexandra, hoje nutricionista do Banco de Leite do Hosp. do Paranoá, tomamos o trem de Campinas a Brasília. Era, infelizmente, a última viagem do trem de passageiros, de São Paulo a Brasília. Desembarcamos na estação ferroviária do Guará.
Brasília já completava, então, 12 anos e contava com 500 mil habitantes.
Dois anos depois, percebi que a cidade-parque crescia e o cerrado diminuía. Nascentes e córregos iam sendo soterrados por avenidas e viadutos. As árvores caiam ou eram consumidas pelo fogo. O ecossistema perdia a virgindade pela força das cidades satélites e a biodiversidade se empobrecia. A cidade-parque e seus glorificados monumentos e palácios não ultrapassaram o Plano Piloto.
Em 1974, em reunião de família, diante dos riscos ecológicos do desmatamento e da crise hídrica, que se anunciavam, pela intensa urbanização e aumento da população, decidimos adquirir uma área degradada de Cerrado, dentro dos limites do DF, para protegê-la da especulação imobiliária e da agricultura predatória.
Passados 44 anos de proteção permanente contra o fogo, o desmatamento e a caça, livre de machados e motosserras, esses 70 hectares de Cerrado readquiriram sua dignidade.
Mais de 7 milhões de árvores e arbustos se regeneraram.
Os olhos d’água verteram lágrimas cristalinas. Pássaros e animais voltaram a seu lugar para se aninhar e reproduzir.
Brasília mereceu esta herança verde como um gesto de gratidão de nossas netas Luiza e Laura que ela viu nascer em seus braços.
Esta área regenerada, a biodiversidade reconstituída é parte do carinho humano e da alegria de contribuir para a felicidade vegetal do ecossistema do Planalto Central e para a celebração dos 61 anos da menina de seis anos que conheci, em 1966.
Parabéns
, Brasília!
Área regenerada após 44 anos de respeito ao ecossistema. (Foto: Eugênio Giovenardi, Sítio das Neves)

sábado, 10 de abril de 2021

NÚCLEO DE ESTUDOS ECOSSOCIOLÓGICOS DO CERRADO

 

NÚCLEO DE ESTUDOS ECOSSOCIOLÓGICOS DO CERRADO

(NEEC)

 

A criação do NEEC se integra ao Projeto Olho d’Água do Sítio das Neves. As ações decorrentes de seu funcionamento se referem à proteção, à regeneração ambiental e ao conhecimento dos valores ecossociológicos.

Tem-se observado, no comportamento cultural dos alunos egressos do ensino secundário e universitário, preocupante distância entre os conhecimentos adquiridos no período letivo e a prática profissional.

O objetivo das ações do NEEC é ampliar o conhecimento dos visitantes, alunos, professores e estudiosos do Cerrado sobre ocupação espacial, cooperação, convivência e reprodução de árvores, plantas, arbustos, animais e insetos da biocomunidade.

A ampliação do conhecimento propiciará melhor uso do solo, definição mais adequada de atividades agrícolas, formas de preservação ambiental, captação de águas pluviais, proteção dos mananciais e recarga dos aquíferos para garantir o equilíbrio da biodiversidade.

O objetivo específico do NEEC é adequar os conhecimentos escolares e universitários adquiridos em sala de aula à realidade da organização, localização, cooperação e reprodução dos seres vivos da biocomunidade do Cerrado.

O Núcleo de Pesquisa Ecossociológica do Cerrado foi idealizado para o exercício das observações da Ecossociologia. Constitui uma ferramenta de estudo das formas de vida nesse bioma, as relações entre os diversos elementos naturais, como árvores, animais e água, que possam orientar atitudes e comportamentos do homo cerratensis na preservação da biodiversidade.

São questões que aprofundam os conhecimentos sobre a constituição das formas de vida e reorientam os comportamentos da população humana em relação a elas.

Algumas perguntas parecem fundamentais para a crítica do conhecimento que pode levar à crítica do comportamento:

– Quanto do ecossistema é necessário para nossa sobrevivência e reprodução?

– Que prioridade se pode e deve dar ao planejamento demográfico para conciliar os limites de bens da natureza com o crescimento populacional humano e consequentemente a preservação da biodiversidade?

– Que espécies vivas e que processos ecológicos são essenciais para a sobrevivência da espécie humana?

– Quantas espécies, das quais dependerá a existência da espécie humana, já foram extintas e ainda o serão com os métodos arrasadores de sua presença, especialmente o desflorestamento e a defaunação?

– Como preservar e ampliar os elementos essenciais a todas as formas de vida: água e árvores?

A preservação da espécie humana, acima de tudo, precisa evitar o caminho da própria monocultura com a extinção gradativa de outras espécies, com a diminuição perigosa da biodiversidade rompendo os laços da interdependência de todas as vidas existentes no planeta.

A monocultura vegetal ou animal é danosa. Presumo que o planeta, sem árvores, sem pássaros, sem animais, habitado apenas pela espécie humana seria monótono e estéril rodeado de alta tecnologia.

 

Para maior compreensão dos conceitos aqui propostos sugere-se a aplicação da Metodologia de Imersão Peripatética mediante observação e registro dos fatos ecológicos da interdependência dos habitantes de um mesmo bioma e da relação com a espécie humana. O método oferece ferramentas a serem usadas em campo e em painéis de discussão do grupo envolvido.

 

quinta-feira, 1 de abril de 2021

CHUVAS DE MARÇO – ANOS 2013 a 2021–

 

CHUVAS DE MARÇO – ANOS  2013 a 2021–

    EM MILÍMETROS – 1 mm = 1 litro/m2

                             MARÇO                     ANOS

2013 -                  401,9                  >       2.255,6

2014 -                  326,7                  >       1.677,5

2015 -                  292.2                  >       1.642,7

2016 -                  307,0                  >       1.921,7

2017 -                  258,9                  >       1.478,7

2018 -                  287,4                  >       1.760,5

2019 -                  200,9                  >       1.068,7

2020 -                 244,4                  >       1.787,8

2021                    198.1                  >          750,7 (até 31.3.2021)

 

Aos que se interessam e seguem o movimento das águas pluviais durante o ano, ofereço os dados de março dos últimos nove anos. Dados coletados por um pluviômetro fixado no Sítio das Neves pela Agencia Nacional de Aguas e que compõe a rede de informações pluviométricas do DF.

O volume de chuvas do mês de março (198,1mm) ficou abaixo da média registrada nos últimos 9 anos (279,7,0 mm). Os três primeiros meses de 2020 registraram 1.022,4 mm e, no mesmo período de 2021, 750,7 mm, uma diminuição de 273,7 mm, ou seja, 273,7 litros a menos por metro quadrado.

O Sítio das Neves, localizado na BR-060, km 26, DF, tem extensão de 70 hectares (700.000 m2). O ecossistema da área está em processo de regeneração integral da biodiversidade e controle das águas, desde 1974. A vegetação densa, centenas de pequenas barragens de pedra e barragens-castor, com galhos secos e terra de cupim, captam e retêm três quartos da água da chuva que recarregam os aquíferos.

A área do Sítio das Neves (700.000 m2) recebeu, em março, 138.670 metros cúbicos de água no mês de março, fortalecendo as nascentes perenes e despertando dezenas de olhos d’água temporários, em razão da concentração de grandes volumes em apenas sete dias do mês.

A solução regenerativa que ameniza a irregularidade das chuvas é: ARBORIZAÇAO E RESPEITO AOS CURSOS DOS RIOS E CÓRREGOS.

 

Cipó. - O papel social e político dos cipós é estabelecer diálogo entre a margem direita e a esquerda do ribeirão e trocar ideias vegetais que floresçam e frutifiquem. (Foto: Eugênio Giovenardi, Sítio das Neves, DF)