quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

EXTRAVAGÂNCIAS DIÁRIAS

São tantas as provocações no embate diário das extravagâncias humanas que um cronista se perde no tiroteio. Há cenas divertidas como a gangorra do sai-não-sai de ministros ou a surpreendente notícia de que Luiza esteve no Canadá.
Há cenas trágicas como as mortes na porta de hospitais por não ter o paciente o talão de cheques para garantir a vida. Ou as mortes nas rodovias provocadas por cidadãos bêbados.
Cenas dramáticas de pacientes que esperam a doação de um rim, um fígado ou um coração. Desejam eles a morte de uma criança, de um jovem tresloucado na direção de um automóvel?
De quem seriam estas últimas palavras: em que peito desconhecido palpitará meu coração? Será num corpo de homem ou de mulher? Que diferença fará para o coração? Amará como eu amei?
E o novo portador dirá ao amado ou à amada: eu te amo com a mesma fúria do antigo dono! Como se sentirá o novo anfitrião amando com coração alheio?
Assim como um enxerto modifica a forma da planta e o sabor do fruto, corações de crianças inocentes num corpo adulto podem oferecer alguma esperança à paz mundial e à honestidade pública.
Impossível é passar indiferente diante destes cenários humanos tão recheados de excentricidades onde os palhaços vestidos de terno e gravata tomam conta do circo.

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