O TEMPO, ESSE AMIGO INVISÍVEL
Mensagem aos caminhantesNós passamos, o tempo fica.
Nós contamos centenas,
O tempo conta bilhões.
Nós olhamos para trás.
O tempo roda para frente.
O tempo passa!
Não vi o tempo passar!
COMENTÁRIOS SEMANAIS SOBRE MEIO AMBIENTE, POLÍTICA, LITERATURA E OUTRAS SUTILEZAS DO COTIDIANO.
O TEMPO, ESSE AMIGO INVISÍVEL
Mensagem aos caminhantes
Caminhantes,
o caminho é incerto,
O planeta
está encoberto,
Os ventos
inclementes,
As
tempestades uivantes,
Os maremotos
incontinentes,
As ondas
espumantes,
Os terremotos
imponentes,
As tormentas
em pleno mar,
Raios apontam
o naufragar,
Estamos no
olho do furacão,
Talvez não na
mesma embarcação.
Caminhantes,
mão a mão!
Verso a
verso, golpe a golpe,
Passo a
passo, pés no chão.
20.12.2023
OUVIR AS ÁRVORES! Tolice! Direis!
Vendo-as erguidas, então que fareis?
BREVE CURRÍCULO – PDERA FUNDAMENTAL.
Eugênio Giovenardi, 89, natural de Casca, RS.
É filósofo pela Universidade São Boaventura e sociólogo licenciado pela
URGS E UNIJUÍ, RS.
Completou seus estudos na Universidade de Paris – França (1967-69) - e na
Universidade Tecnológica de Loughboro (pronúncia: Lofboro), Inglaterra
(1971-72).
Reside em Brasília desde 1972.
Consultor Técnico Principal aposentado da Organização Internacional do
Trabalho, na Colômbia.
É acadêmico do Instituto Histórico e Geográfico/DISTRITO FEDERAL e da
Academia de Letras do Brasil. Recebeu o Prêmio Açorianos de Literatura em 2003,
Porto Alegre/RS. Publicou 27 livros, dos quais 12 são sobre ecologia. Dedica-se
à ecossociologia do Cerrado. Colabora durante 49 anos com a regeneração de uma
área de 70 hectares de Cerrado, denominada Biocomunidade Sítio das Neves. É a
primeira área do DF, desde a inauguração de Brasília, a ser incluída, em
caráter perpétuo, na reserva do Patrimônio Nacional, mediante assinatura de
Termo de Compromisso pelo Presidente do Ibram/SEMA/DF.
Casado com a jornalista e tradutora finlandesa Hilkka Mäki. Tem uma
filha, Aino Alexandra e duas netas, Luiza e Laura.
PEDRA
FUNDAMENTAL – 14.12.2023
Felipe Vitelli Peixoto....
Hilkka, minha esposa, Aino, minha
filha, Luiza e Laura, amáveis netas.
Amigos,
A pedra fundamental de Brasília é o ânimo
visionário que a impulsionou para superar paradigmas, modelos, protótipos, referências, horizontes
e tempos.
Conheci Brasília em 1966. No raiar de
um dia de outono, desembarquei do ônibus, na rodoviária vazia. Caminhei pelas
ruas desertas. Mirei na Esplanada uma linha dupla de prédios e a Catedral. A
burocracia e os anjos ainda dormiam.
Impressionaram-me os monumentos de
concreto e cimento! Mas, o que me tocou profundamente os subterrâneos da mente
foi o monumental silêncio das noites brasilianas. Elas me fizeram penetrar nos
mistérios do tempo e do universo. Foi na quietude desse provocante silêncio que
encontrei a porta da liberdade de pensar e de não ter medo da vida.
O punho erguido da libertação se
conjugava com uma cidade ainda infante. Os passos dessa nova caminhada deixei
impressos em meus primeiros livros – O HOMEM PROIBIDO e NO MEIO DO CAMINHO.
O silêncio do Cerrado me ensinou a
Ouvir as Árvores. Ouço-as dizer que preferem a liberdade de se reproduzir e
lançar ao vento suas sementes. Elas me revelaram os mistérios da árvore da vida
da qual todos pendemos, humanos e não humanos, e me confidenciaram sua união
estável e inseparável com o Olho d’Água.
Aceito e agradeço esta comenda.
Amigos, a Pedra Fundamental de
Brasília é o ânimo visionário que incita o brasiliense a superar paradigmas, protótipos, referências, horizontes e os
tempos da história humana e não humana que pende da árvore da vida.
Eugênio Giovenardi
LANÇAMENTO DO LIVRO
OUVIR AS
ÁRVORES
Neste
livro Eugênio Giovenardi, resume sua experiência e trabalho de 49 anos
acompanhando e colaborando com a regeneração de uma área de cerrado. O autor
compreende que a natureza criou a árvore da vida e a vida é o mais precioso dom
que habita entre nós na casa do universo. Constata que a vida se alimenta de
vidas no campo da física e da metafísica. Alerta que a natureza não negocia com
depredadores de ecossistemas e que o descaso não ficará impune.
SOBRE O AUTOR
Eugênio Giovenardi, nasceu no Rio Grande do Sul, em 1934. É sociólogo e filósofo. Tem 27 obras publicadas das quais 12 são sobre tema ambiental. É aposentado da Organização Internacional do Trabalho (OIT), acadêmico do Instituto Histórico e Geográfico/DF e membro da Academia de Letras do Brasil.
CHUVAS DE NOVEMBRO ▬ ANOS 2012 a 2023
Em milímetros ─ 1 mm = 1 litro/m2
ANOS MÊS ▬
TOTAL
ANO/ MM
2012 − 228.3 ******
2013 – 304.4
2.255,6
2014 – 199.2 1.677,5
2015 – 178.5
1.642,7
2016 - 276.1 1.921,7
2017 - 359.3
1.478,7
2018 – 462.3 1.760.5
2019 – 163.3
1.069.3
2020 − 192.2
1.787,8
2021 – 332.5
1.710.8
2022 – 190.9
1.279,2
2023 - 252.1 1.134.6 (No ano)
SÍTIO DAS NEVES, BR 060, KM 26, DF,
EM REGENERAÇÃO DESDE 1974. Uma área degradada como a do Sítio das Neves,
segundo especialistas em recuperação do Cerrado, leva até 50 anos para se
regenerar. O Sítio das Neves, completa 49 anos em processo de regeneração
lenta, gradual e efetiva do ecossistema. O pequeno Sítio das Neves integra os 48% que restam de Cerrado com
vegetação nativa. A área de 70 hectares foi declarada reserva do patrimônio
nacional mediante Termo de Compromisso mútuo assinado pelo IBRAM/DF, conforme
expresso em placa oficial instalada na porteira do Sítio.
Aos que seguem o movimento das águas
pluviais durante o ano, ofereço os dados coletados no mês de novembro dos
últimos 12 anos pelo pluviômetro instalado no Sítio das Neves pela Agencia
Nacional de Aguas (ANA). Os dados refletem a situação pluviométrica de parte da
Bacia do Descoberto e Micro Bacia do Ribeirão das Lajes, DF.
O acumulado de chuvas, até este mês
de novembro de 2023, é de 1.134,6 mm/ ou litros por m2, na região da microbacia do Ribeirão das
Lajes.
Como se observa no quadro, a
precipitação do mês de novembro, nesses 12 anos, foi irregular com chuvas
dispersas no Distrito Federal e entorno. A média de chuvas dos 12 meses foi de
261.6 mm. Apenas em cinco meses se verifica o valor acima da média. Os 700.000
metros quadrados do Sítio das Neves receberam 176.470.000 litros, dos quais 75%
foram retidos pelas árvores garantindo a recarga dos aquíferos e a vazão das
nascentes. A regeneração do Cerrado depende da capacidade de detenção das águas
da chuva pela floresta nativa apoiada por dezenas de espécies de gramíneas do
bioma.
Imagem, VIZINHOS COMEMORAM A INSTALAÇÃO DA PLACA COMEMORATIVA DA
SERVIDÃO AMBIENTAL EM CARÁTER PERPÉTUO, CONFORME AS LEIS AMBIENTAIS FEDERAIS E DISTRITAIS.
COMPREENDER, CONSERVAR, PROTEGER E AMAR O CERRADO.
PLANTAR ÁRVORES
Alguns comentários
e perguntas.
Sou apenas um
sociólogo que se interessa pela socialização e simbiose de todos os seres vivos,
humanos e não humanos que pendem da árvore da vida. Tenho pouco a dizer. Eles
têm muito a contar,
As árvores do Cerrado têm
1.2 bilhão de anos de experiência. É bom aprender com elas, antes de
plantá-las.
1.
Plantar árvores para
embelezar ou para reflorestar o ambiente? Plantar árvores, nem sempre é
sinônimo de reflorestar.
2.
Árvore tem
identidade, nome e estrutura biológica e social. O tempo dela não é o tempo do
plantador.
3.
Árvore não é
militar para ficar em fila. Ela gosta de companhia para conversar e se defender
dos ventos e das tempestades.
4.
Os cipós fazem
parte do florestamento, sua função social é unir as árvores, à direita e à
esquerda.
5.
As mudas nascem e vivem
num berço durante meses, com toda a mordomia infantil: água, alimento e
carinho.
6.
O plantador decide
o lugar para ela e vai embora. A muda do viveiro não conhece a contaminação do
ar, o vento, o sol, a chuva e a dureza da terra. Em nova casa, estará entregue
a muitas adversidades, contrariedades climáticas e predadores.
7.
Uma árvore
plantada hoje, dará frutos ou flores, e levará água para os aquíferos em 15 ou
vinte anos. Plantadores de árvores, levem os netos para as visitarem sempre que
puderem. Daqui a 40 ou 50 anos, eles verão o reflorestamento.
8.
As podas e o
plantio inadequado são causas frequentes da queda das arvores.
9.
Antes de plantar
árvores é de bom alvitre visitar um bosque ou uma floresta para perceber e
sentir como elas gostam de estar. Árvore e água é a mais sábia união estável
que a natureza constituiu. Dois seres inseparáveis.
Eugênio, Sítio das Neves,
DF.
ARANHAS TÊM VIAGRA
Declaro meu
fascínio por aranhas, grandes e pequenas, por sua atividade fiadora. O homem-aranha
pretendeu imitar a competência desse personal
trainer, sem produzir a própria linha, e se aventurou a escalar altos
prédios, resvalar pelos vidros e dependurar-se nos beirais das janelas. Há uma
explicação. A aranha-armadeira (Phoneutria nigiventer) não só é uma aliada,
como colaboradora desses ímpetos masculinos a la Dom Juan. O veneno que essa
aliada pode injetar, com sua picada, em jovens afoitos, conforme pesquisas
testadas, pode causar uma ereção involuntária, persistente e dolorosa chamada
priapismo. O efeito da picada da aranha-armadeira, sem efeitos tóxicos
relevantes, é de subir pelas paredes, literalmente. Estudos sobre a molécula
contida no veneno podem levar ao tratamento da impotência sexual masculina. As
aranhas prestam importantes serviços à espécie humana. (Bióloga Maria Elena de
Lima, UFMG, Revista FAPESP, 2023, N. 333).
CHUVAS DE OUTUBRO ▬ ANOS 2013 a 2023
Em milímetros ─ 1 mm = 1 litro/m2
ANOS MÊS ▬
TOTAL
ANO/ MM
2012
− ******
******
2013 – 174.5 2.255,6
2014 – 54.0 1.677,5
2015 – 15.2
1.642,7
2016
- 185.4 1.921,7
2017 - 44.1
1.478,7
2018 – 228.8 1.760.5
2019 – 41.2 1.069.3
2020 − 205.6 1.787,8
2021 – 167.0 1.710.8
2022
– 121.5
1.279,2
2023
- 119.0 882.5
(Neste ano)
SÍTIO DAS NEVES, BR 060, KM 26, DF, EM REGENERAÇÃO DESDE 1974. Uma área
degradada como a do Sítio das Neves, segundo especialistas em recuperação do
Cerrado, leva até 50 anos para se regenerar. O Sítio das Neves, completa 49
anos em processo de regeneração lenta, gradual e efetivo do ecossistema. O pequeno Sítio das Neves integra os 48% que restam de Cerrado com
vegetação nativa. A área de 70 hectares foi declarada reserva do patrimônio
nacional mediante Termo de Compromisso assinado entre o IBRAM/DF e o possuidor
do CPF 09092838187.
Aos que seguem o movimento das águas pluviais durante o ano, ofereço os
dados pluviométricos do mês de setembro dos últimos 11 anos. Volumes coletados
pelo pluviômetro, instalado no Sítio das Neves pela Agencia Nacional de Aguas
(ANA), refletem a situação pluviométrica de parte da Bacia do Descoberto e
Micro Bacia do Ribeirão das Lajes, DF.
O acumulado de chuvas, até este mês de outubro de 2023, é de 882.5 mm/ ou litros por m2,
na região da microbacia do Ribeirão das Lajes.
Como se observa no quadro, a precipitação do mês de outubro nesses 11
anos foi irregular e chuvas dispersas no Distrito Federal e entorno. A média de
chuvas dos 11 meses foi de 123 mm. Apenas em cinco meses se verifica o valor
acima da média. Há que se recordar do racionamento de água em 2016/2017. Os
700.000 metros quadrados do Sítio das Neves receberam 83,3 milhões de litros,
dos quais 75% foram retidos pelas árvores garantindo a recarga dos aquíferos e
a vazão das nascentes.
IMAGEM: CAPTAÇÃO E INFILTRAÇÃO DE ÁGUAS DA CHUVA RECEBIDAS PELA COBERTURA DO EDIFCIO A NAVE - INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO DISTRITO FEDERAL. PARCECEIA ENTRE O IHG/DF E UnB/GEOLOGIA. PARA RECARGA DAS RESERVAS HÍDRICAS DO DF.