quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

A VELHICE DO TEMPO - O TEMPO DA VELHICE


A VELHICE DO TEMPO

O TEMPO DA VELHICE


A VELHICE DO TEMPO

EUGÊNIO GIOVENARDI



O TEMPO DA VELHICE

Livro editado pela Kelps,  janeiro, 2020




A velhice do homo sapiens reside entre seu real passado inamovível e seu futuro incerto. Ela ganha homenagens póstumas e gradativo esquecimento. O medo da velhice, a certeza da morte e a imprevisibilidade do futuro só atormentam a espécie humana. A vida conduz todos os seres vivos à morte individual. A história milenar dos seres vivos relata a extinção de incontáveis espécies.
As causas da extinção de inúmeras espécies ainda se ocultam por trás de fenômenos naturais regidos por leis físicas. A extinção de milhares de vidas que compõem, com o homo sapiens, a biodiversidade planetária tem, hoje, a marca da imprudente mão humana.
A sobrevivência do homo sapiens dependerá de seu bom senso, de sua prudência e de sua compreensão do universo. É na velhice, carregada de sonhos, ideais, feitos, esperanças e desilusões que o ser humano percebe a irreversibilidade do tempo, o milagre da vida e a ignorância de seu destino.

CONTRACAPA

A velhice tem seus humores característicos. A velhice é um estado de comicidade. O velho é uma ironia ambulante, às vezes de bengala a amparar-lhe a vida.  Cada um de nós, na velhice, tem de que rir e de que fazer rir, mesmo com respingos de amargura trágica. 
  
OBRAS DO AUTOR

                   ROMANCES:
  1.   O HOMEM PROIBIDO, 1997 - 2a Edição – Movimento, 2009  - THE          FORBIDDEN MAN – KELPS, 2019  - KIELLETTYMIES  - LIKE, 2001,  Finlândia.-                 L”Hommo interdit, 2020, França.
  2.   EM NOME DO SANGUE, Movimento, 2002 -- Prêmio Açorianos de Literatura,                       2003, ISÄ BELMIRON RIKOS – LIKE, 2005, Finlândia
  3.   AS PEDRAS DE ROMA, MaisQnada, 2009 – THE STONES OF ROME –                              KELPS, 2019
  4.   HELIODORA,  Verbena-Francis, 2010
  5.   SILÊNCIO,  Thesaurus, 2011
  6.   O ÚLTIMO PEDESTRE, Kiron - 2013
                     BIOGRAFIA:
  7.   NO MEIO DO CAMINHO, Movimento -- 2014
                     CRÔNICAS:
  8.   AS ÁRVORES FALAM, Movimento  -- 2012
  9.   SUTILEZAS DO COTIDIANO, Kiron -  2013
10.   A SAGA DE UM SÍTIO, Kiron,  2007 - Segunda edição, 2016
                      POESIA:
11.   POEMAS IRREGULARES, Paralelo 15, 1998
12.   VENTOS DA ALMA, POESIA, Ser, 2003
13.   SOLITÁRIOS NO PARAÍSO, Movimento 2004
14.   RELICÁRIO, KELPS, GOIÂNIA, 2016
                    ENSAIOS:
15.   ECOLOGIA - Nova forma de prosperidade  - Kiron, 2014
16.   OS POBRES DO CAMPO,  Tomo Editores, 2003
17.   O RETORNO DAS ÁGUAS, Kelps, 2005 – 2ª. edição, 2015, 3ª. 2018
18.   ANARQUISMO LITERÁRIO, Kiron, 2014
19.   UMA OBRA EM VERDE -  Kiron - 2016
20.   ECOSSOCIOLOGIA, - Kiron - 2016
21.   REENCONTRO – O que aprendi da natureza -  KELPS, 2017
22.   ALDEBARÃ E EU – KELPS, 2018
23.   A VELHICE DO TEMPO – O TEMPO DA VELHICE – KELPS, 2020



  


quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

IRREGULARIDADE DAS CHUVAS - PROTEÇÃO DOS MANANCIAIS


IRREGULARIDADE DAS CHUVAS
PROTEÇÃO DOS MANANCIAIS

Eugênio Giovenardi
Ecossociólogo

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Há evidências sentidas e comprovadas, não só pela espécie humana, como por espécies animais e vegetais, de mudanças climáticas em curso em nosso planeta. As consequências mais trágicas se referem ao risco de extinção de milhares de espécies com grave redução da biodiversidade e, em consequência, ocasionando mortes em cascata nas próximas décadas.
As mudanças climáticas se manifestam pelo aquecimento global e provocam, ao mesmo tempo, regimes irregulares de chuva, períodos de seca imprevisíveis, com situações favoráveis a incêndios implacáveis, tempestades e inundações em distintas regiões, tanto nas cidades quanto nas áreas agrícolas.

A PRESSÃO POPULACIONAL

A irregularidade das chuvas e a escassez de água, fenômenos físicos naturais, se agravam com o crescimento da população humana e consequente diversificação de suas atividades. No ano 1800, a população mundial dispunha de 29 hectares por habitante. Em 2018, a disponibilidade de espaço reduziu-se a 2,7 hectares, com grave pressão sobre os bens naturais necessários à vida. No Brasil, a disponibilidade atual é de 4,05 hectares por habitante. No DF, a área disponível se reduz a 1.871 m2 por pessoa, fato que aumenta, ano a ano, a pressão sobre a débil capacidade hídrica da região. Os investimentos vultosos para retirar água do lago Corumbá IV, com o fim de abastecer as torneiras dos brasilienses, comprovam a escassez de água, no DF, e indicam a necessidade de proteger os mananciais que estão mais próximo dos usuários.


PRODUÇÃO DE ALIMENTOS E URBANIZAÇÃO

A produção de alimentos, vegetais e animais, se faz, de forma progressiva, há 20 mil anos, com a eliminação de florestas protetoras dos mananciais e com uso intensivo de água.
A urbanização, a impermeabilização de imensas áreas, o desvio de cursos de águas, a concentração de máquinas e aparelhos elétricos, a circulação de carros movidos a combustível fóssil geram e disseminam o calor, poluem o ar e a água. As cidades diversificam o uso da água, provocam drástica mudança ambiental pela construção de edifícios altos, pela alteração das correntes de vento e, pela supressão da vegetação original, eliminam áreas de mananciais e facilitam as inundações urbanas.

MEDIDAS AUXILIARES

Para fazer face à escassez progressiva de água, uma das medidas recomendadas, entre outras, é seu reuso. Um dos aspectos positivos é a duplicação do uso da mesma água. O reuso da água, porém, tem custo adicional com equipamentos ou processos de limpeza. O aspecto eficiência, no uso de parte da água usada, contrabalança, na mesma proporção, o custo adicional. O reuso da água contaminada com detergentes, sem os cuidados necessários, gera focos de degradação ambiental.
Alguns aspectos negativos do reuso se referem à acomodação das pessoas e ao estímulo a gastar mais água com o pretexto de usá-la duas vezes. Favorece a indiferença sobre a origem da água, a rede de abastecimento e a preservação dos mananciais. Assume-se que aquelas são tarefas de órgãos públicos.

RESERVATÓRIOS E POÇOS ARTESIANOS

As cidades são abastecidas por águas represadas em rios, caso de Brasília, ou extraídas de aquíferos subterrâneos de grande profundidade, como na região paulista de Ribeirão Preto. As represas acumulam as águas do rio que, por sua vez, as recebe de nascentes e das chuvas.
Os dados recolhidos nos últimos sete anos, no Distrito Federal, mostram uma retração no volume de águas da chuva e irregularidade no início e no término do período habitual das águas.  O fenômeno de chuvas localizadas, com mais e menos abundância, vem sendo captado por pluviômetros disseminados em distintas áreas do DF. Em 2017, Brasília foi afetada por volumes insuficientes de águas da chuva. Os córregos e nascentes se retraíram e o volume de chuvas não foi suficiente para recarga dos aquíferos e aumento do fluxo das nascentes. A população, em maior ou menor grau, sofreu um longo período de racionamento (513 dias).
O fenômeno natural da irregularidade das chuvas, com baixo volume de água, foi agravado pelo aumento da população, pela urbanização descontrolada e pela degradação do bioma com destruição de dois terços da vegetação nativa do DF.  Milhares de nascentes e grande número de pequenos cursos de água foram soterrados, tanto pela urbanização quanto pelas tradicionais práticas agrícolas. A moderna agricultura continua usando três quartos da agua consumida. A perfuração clandestina de milhares de poços tubulares ou artesianos, no DF, é uma das causas que põem em risco a vida das nascentes e esgotam as reservas dos aquíferos subterrâneos.

ÁGUAS ABAIXO E ÁGUAS ACIMA

Como conviver e que atitudes práticas podem minorar os efeitos das mudanças climáticas, do aquecimento global, sentido localmente, da irregularidade das chuvas e do baixo volume de aguas pluviais? Um grande volume de chuvas não significa necessariamente o enchimento de reservatórios. Sem a proteção vegetal em torno das nascentes e das barragens, as águas volumosas e velozes provocam mais estragos do que benefícios. As inundações anuais deveriam despertar os administradores públicos e a população para urgente mudança de atitudes e comportamentos em relação aos fenômenos naturais.
Água não é fenômeno passageiro, nem é elemento novo no planeta. A água é velha. Tem experiência. Teremos que aprender com ela. Onde ela está? Com quem convive? Quem  é sua associada para lhe ajudar a correr desde a nascente até o mar? A idade da água e dos fenômenos naturais indica que as medidas a serem executadas devem se prolongar por várias décadas. Embora atrasados no tempo, há que se continuar e intensificar, em benefício da biodiversidade, a efetivação de medidas de proteção aos mananciais timidamente iniciadas por organismos públicos e privados.
Há mais de 40 anos, quando comecei a conviver com o bioma Cerrado, segui um curso pequeno de água, a montante, na direção da nascente. Achei o olho d’água escondido numa espessa cabeleira de vegetação nativa. Não sei ainda de que profundidade vem. Sei que convive com raízes e está associado, há milhões de anos, com árvores, xaxins, gramíneas, pinheirinhos do cerrado, quaresmeiras e inumeráveis variedades de arbustos.
Constatei, ao longo de anos, que as áreas de mananciais são vítimas de incêndios anuais e da agricultura tradicional. Estão expostas à poluição provinda de rodovias, tanto em monóxido e dióxido de carbono quanto em dejetos lançados às margens, ou diretamente em córregos e rios.
Em nossos tempos, são raríssimos os humanos que tiram água da fonte para suas múltiplas necessidades. A maioria dos humanos nunca viu um olho d’água. Hoje, a espécie humana depende da torneira, da represa, do rio, do poço artesiano. A maior parte das águas está poluída e precisa de grandes investimentos para ser potável.

AÇÕES ESTRUTURAIS DE LONGO PRAZO

No Brasil, os reservatórios de água para abastecimento das populações não alcançam receber o volume para o qual foram construídos. Todas as represas estão expostas à evaporação de parte da água represada e à poluição provinda da circulação de automóveis, de agrotóxicos e esgotos urbanos. Uma represa é uma grande panela sem tampa da qual se retira água para diferentes finalidades. A panela tem uma entrada e uma saída. A função da caixa é receber e reter água. O reservatório não produz água.
A tendência dos administradores públicos, em relação ao abastecimento de água à população, é fazer grandiosos investimentos águas abaixo. Parco é o investimento em trabalho, dinheiro e cuidados águas acima. O descaso com a principal nascente do Rio São Francisco (São Roque, Serra da Canastra) e a queima frequente da vegetação local protetora provocaram o aprofundamento das águas. Estancou-se o fluxo superficial. Os investimentos águas abaixo não regularizam as chuvas, não aumentam as precipitações, não enchem as represas, não impedem as inundações de cidades.
Quais as lições que o olho d’água pode nos dar.
Primeiro, para garantir o enchimento de barragens é preciso ir águas acima e conhecer os mananciais que enchem a represa. A tecnologia disponível (satélites, drones) pode facilitar a visualização e a mensuração do volume existente dos vários mananciais que irão contribuir para o enchimento da represa.
Segundo, determinar a extensão prudencial de proteção vegetal das nascentes, com indicação visual, tornando indevassável a circulação de pessoas e animais de criação. A vegetação ampla e massiva opera por cima, captando e retendo a água da chuva e, por baixo, infiltrando as raízes no solo e, por meio delas, alimentando o lençol freático.
Terceiro, o reservatório estará exposto à evaporação, por isso suas margens devem ser protegidas por vegetação em toda sua extensão formando uma generosa mata ciliar de 50 a 100 metros de largura. As margens de uma represa não deveriam se prestar à exploração comercial agrícola ou pecuária. A construção de uma barragem ocasiona a destruição de grande área vegetal. Grande parte da área destinada á proteção, no caso da barragem do Rio Descoberto, está ocupada por atividades agrícolas que retiram água dela, sem repô-la por meio de vegetação intensa.
O desaparecimento do Mar de Aral, na Ásia Central, é considerado uma das maiores catástrofes provocadas pelo homem no mundo. Para estimular o cultivo de algodão ao longo das margens, políticas de irrigação agressivas, realizadas pelos soviéticos, transformaram o quarto maior lago do mundo em um deserto. Restou apenas um décimo de sua extensão.
Se, em torno de toda a extensão linear da represa do Descoberto, DF, calculada em 80 km (para efeito demonstrativo), se mantivesse uma faixa contínua de 20 metros de mata nativa, ter-se-ia uma área de 1.600.000 m2 de cobertura vegetal permanente.  As nascentes se recarregam quando protegidas pela vegetação nativa que tem milhões de anos de experiência. Uma precipitação anual de 1.200mm (1.200 litros por m2) garantiria a essa área verde a captação e retenção de 1.120.000 metros cúbicos. Além de reforço às nascentes e regulação do fluxo dos córregos tributários do Lago do Descoberto, aumenta e melhora a infiltração e a recarga dos aquíferos. Esse reforço se somaria aos 1.200mm que caem diretamente sobre o espelho do Lago. Esse volume de água não é pequeno, se usarmos a inteligência para captá-lo nos lugares certos e com vegetação adequada.
A Área de Proteção Ambiental da Bacia do Descoberto, aprovada em 1983, não se fez seguir do necessário sistema continuado de controle político e administrativo do órgão responsável, para garantir o fluxo das nascentes em direção ao Lago. Como recuperar os 37 anos perdidos? A regeneração ambiental requer tempo de várias gerações para surtir os efeitos sobre a vegetação e os mananciais. Uma já se perdeu. As crianças de hoje, os pirralhos do DF sofrerão as reais consequências de nossa incúria por volta da década de 2040.
O entorno do Lago do Descoberto, atualmente, é ocupado por zonas urbanas, por chácaras voltadas à produção de hortaliças e frutas e por plantio de pinus e eucaliptos. Ademais, as pressões socioambientais, como especulação imobiliária, ocupação irregular, criação de animais de grande porte, despejo de lixo, erosões, desmatamento e destruição das cercas de proteção geram impacto direto sobre o lago. O reflorestamento das margens das represas é uma solução de longo prazo, necessária e imediata, se quisermos deixar uma herança hídrica inteligente aos nossos descendentes.
Quarto, a represa do Descoberto não é um investimento isolado e autônomo, com motivação recreativa ou estética. Ela foi idealizada com a finalidade de prover e facilitar o acesso à água a um determinado e calculado número de pessoas. Há, então, uma relação direta entre o volume de água oferecido pelas nascentes e córregos tributários e a retirada diária dos usuários para suas diferentes necessidades.
O volume de água da entrada do reservatório pode ser igual, superior ou inferior à quantidade retirada pelos usuários. No período chuvoso, seria normal que a entrada fosse superior à saída. A irregularidade da chuva pode contradizer essa situação. No período de estiagem, também irregular, as retiradas de água pela população superam as entradas. Essa alternância, nem sempre é observada pelos administradores e informada aos usuários.
A entrada de água na represa não é diretamente proporcional à saída. A vazão das nascentes e dos córregos tributários é variável, com períodos de decrescimento. O  consumo dos usuários é constante e crescente, tanto pelo aumento do número de consumidores quanto pela diversificação no uso da água.
A barragem do Descoberto foi construída em 1974, com capacidade de armazenar 102,3 k3 (102,3 bilhões de m3). Brasília tinha, nesse ano, 500 mil habitantes. Em 2018, segundo dados da Codeplan, o bairro Ceilândia abrigava 490 mil pessoas.
As informações sobre o volume das barragens, no DF, não têm sido matematicamente confiáveis. Um sistema de sensores inteligentes ou robóticos poderá dar mais transparência às informações com caráter educativo. O simples percentual divulgado não é suficiente para comprometer os usuários ao consumo adequado da água.

UMA CONTA DE POUPANÇA

Um reservatório de água e toda a tubulação necessária para alcançar o usuário final constituem uma conta de poupança. O abastecimento ou os depósitos nessa conta de poupança são de competência exclusiva da rede de nascentes, da chuva e da vegetação protetora com a colaboração das águas pluviais. Cabe ao usuário e ao administrador da poupança preservarem a ação dos doadores para garantir a retirada.
Essa parte é essencial na gestão das águas. A gestão hídrica não se esgota em aumentar a tubulação para melhorar e favorecer a retirada de águas armazenadas perto ou longe dos usuários. Retirar mais dinheiro da conta de poupança do que é consignado pelo correntista, em breve pedirá empréstimos a juros escorchantes.
O gestor da conta de poupança das águas, diante das dificuldades naturais do clima e do aumento do número de consumidores, manterá informado o usuário sobre a situação real de sua conta e a quantidade que pode retirar.
O bom senso e a ação inteligente dos cidadãos e dos administradores públicos são essenciais para proteção dos mananciais e reflorestamento das margens dos reservatórios. As medidas estruturais de captação e detenção das águas podem minorar os efeitos da irregularidade das chuvas e melhorar a convivência harmoniosa entre o homo sapiens e a natureza.

8.1.2020

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

A PREOCUPANTE IRREGULARIDADE DA CHUVA


A PREOCUPANTE IRREGULARIDADE DA CHUVA

CHUVAS DE DEZEMBROS  E DOS ANOS 2013 a 2019–

    EM MILÍMETROS – 1 mm = 1 litro/m2
DEZEMBRO                        TOTAL ANO
2013 -                 311.6                  2.255,6
2014 -                 323.2                  1.677,5
2015 -                 404.2                  1.642,7
2016 -                 264.4                  1.921,7
2017 -                 298.7                  1.478,7
2018 -                 133.8                  1.760,5
2019 -                 189,7                  1.068,7
Dezembro de 2019 teve a segunda menor precipitação da série, com acréscimo de 55,9 mm em relação a 2018, mas abaixo da média dos meses de dezembro  que é de 275,0 mm, com déficit de 85,5mm. A média da precipitação dos sete anos é 1.686,5mm, sendo 2019 o quarto ano abaixo da media.
No período chuvoso de 2018 (janeiro a dezembro) = 1.760,5 mm
No período chuvoso de 2019 (janeiro a dezembro) = 1.068,7 mm
A redução pluviométrica no ano de 2019, relativamente a 2018 é de 691,8 mm ou 691,8 litros a menos por m2.
O DF tem 5.822.000.000 m2. O baixo volume de chuva de 2019, comparado com o de 2018, significa menos 4 trilhões de litros de água na área geográfica do DF. Captação inteligente de água, além de reservatórios a céu aberto, também faz parte da gestão hídrica para reduzir  o impacto da irregularidade e do baixo volume de chuva.
Um diretor da ADASA (CB, 27.12.2019) anota que 15% da população vive em áreas que podem sofrer restrições (racionamento), ou seja, 465.000 brasilienses serão afetados pela escassez de água. Quem são eles? Onde moram?
Aprimorar e melhorar a gestão da riqueza hídrica é missão importante, desde que haja uma sábia captação de águas da chuva. Infelizmente, não é o caso do DF.
Inteligentes técnicas de captação de águas pluviais e políticas de reflorestamento e de proteção à vegetação nativa são pontos essenciais de um novo e necessário paradigma ambiental para uma urbanização sadia e moderna agricultura bioecológica.
Poços artesianos são abertos quase diariamente, pondo em risco as nascentes e contribuindo para o rebaixamento do lençol freático. Em resumo, apesar da chuva e dos reservatórios, o solo do DF continua secando.
Dependemos  rigorosamente da chuva e não sabemos coletá-la para a regeneração da vegetação e a realimentação dos mananciais.
Fonte: PLUVIÔMETRO/ANA/ SÍTIO DAS NEVES, BR-060, KM 26, destinado a medir a precipitação regional de parte da bacia do Descoberto e seus afluentes no DF.
1.1.2020
Eugênio Giovenardi
Ecossociólogo