domingo, 31 de março de 2024

CHUVAS DE MARÇO ▬ ANOS 2013 a 2024

 

CHUVAS DE MARÇO    ANOS 2013 a 2024

Em milímetros ─ 1 mm = 1 litro/m2 

ANOS   MÊS  ▬  TOTAL ANO/ MM

2013 –       411.9                2.255,6

2014 –       326.7                 1.677,5

2015 –       292.2                 1.642,7

2016 -        307.0                 1.921,7

2017 -        298.9                 1.478,7

2018 –       285.2                 1.760.5

2019 –       238.7                 1.069.3

2020 −       244.4                 1.787,8

2021          198.1                 1.710.8

2022 –          61.4                1.279,2 

2023 -        139.2                 1.323.4) 

2024 -        228.5                     961.5 (no ano)

 

SÍTIO DAS NEVES, BR 060, KM 26, DF, EM REGENERAÇÃO DESDE 1974. O Sítio das Neves, completa 49 anos e seis meses em processo de regeneração lenta, gradual e efetiva do ecossistema. O pequeno Sítio das Neves (70 Ha) integra os 48% que restam de Cerrado com vegetação nativa. A vegetação nativa do Cerrado cobria 74% de sua extensão. A área de 70 hectares foi declarada reserva do patrimônio nacional mediante Termo de Compromisso mútuo assinado pelo IBRAM/SEMA/DF, em agosto de 2023, conforme expresso em placa oficial instalada na porteira do Sítio.

Aos que seguem o movimento das águas pluviais durante o ano, ofereço os dados coletados, no mês de março dos últimos 12 anos, pelo pluviômetro instalado no Sítio das Neves pela Agencia Nacional de Aguas (ANA). Os dados refletem a situação pluviométrica de parte da Bacia do Descoberto e Micro Bacia do Ribeirão das Lajes, DF.

O acumulado de chuvas do ano de 2024, é de 961,5 mm ou litros por m2, na região da microbacia do Ribeirão das Lajes, correspondendo a 10,6 litros/dia durante o trimestre. As chuvas, acima de 10 mm, se concentraram em seis dias do mês de março. A capacidade de retenção das águas pluviais, no DF, pode não alcançar um décimo do volume recebido, dada a extensão do desnudamento do solo e impermeabilização urbana.

Os 700.000 metros quadrados do Sítio das Neves receberam, neste mês, 159.950.000 litros de água, dos quais 75% (119,962 milhões de litros) foram retidos pelas árvores e vegetação nativa garantindo a recarga dos aquíferos e a vazão das nascentes. A regeneração do Cerrado depende da capacidade de detenção das águas da chuva pelas árvores e centenas de espécies de gramíneas e ervas endêmicas do bioma. A Biocomunidade do Sítio das Neves não emite, há 20 anos, gases de efeito estufa, além de armazenar carbono sob a vegetação.

 

NO PRIMEIRO GRÁFICO: o mês de março se mantem chuvoso, nos 12 anos referidos, apesar de seis concentrações de grande volume, causando inundações numa cidade “planejada”, não preparada para retenção e esgotamento racional das chuvas. 

 


NO SEGUNDO GRÁFICO: A irregularidade das chuvas no mês de março é patente e sugere aos administradores e à população uma adequação consistente a esse fenômeno. De 411 mm por metro quadrado em 2013 para os minguados 61.4 mm e, 2022, significa que medidas de precaução devem ser tomadas para melhorar a capacidade de captar e reter águas abundantes para os períodos de vacas magras. Desmatamento e impermeabilização do solo são dois pontos a serem rigorosamente revistos.



quarta-feira, 20 de março de 2024

INTELIGÊNCIA CEREBRAL X BURRICE ARTIFICIAL

 

INTELIGÊNCIA CEREBRAL X BURRICE ARTIFICIAL

A inteligência artificial pode ser o caminho mais seguro para a incomunicabilidade da espécie humana.
Transmiti, ontem, o formulário do Imposto de Renda, devidamente preenchido pela Receita Federal. Ela me conhece. Sabe tudo sobre minhas contas, minha idade, o nome do dentista, o seguro de saúde com a MedSênior, os 17 anos de meu carro sem IPVA. Numa dúvida surgida sobre a linha cinco dos pagamentos, uma robôa amável, ao ouvir minha pergunta, enviou-me para um motel eletrônico chamado inteligência artificial. Tive repentina saudade de meus 8 anos! Aos 89, minha inteligência cerebral é invadida por informantes sem rosto, sem CEP, sem nacionalidade. Em outros tempos, a mentira tinha pernas curtas. Hoje, voa! Antesmente, o mentiroso era preso! Hoje, a mentira e a burrice artificial são inimputáveis, anônimas e invisíveis! Amanhã, tenho um encontro internético com a fascinante inteligência artificial da Joyce. Ela não me conhece! Vai ser bom! Vou contar a ela o que a árvore me disse sobre as íntimas relações arbóreas que mantém com o Olho d’Água.

segunda-feira, 4 de março de 2024

INUNDAÇÕES EM BRASÍLIA

                                       INUNDAÇÕES EM BRASÍLIA

O esgotamento das águas da chuva é uma das partes essenciais de um projeto urbanístico, especialmente num país tropical. O regime de chuvas do Centro Oeste tem peculiaridades conhecidas há mais de 500 anos, pelas populações originárias. Não foram consultadas. Essa lacuna nas informações meteorológicas e climáticas contribuiu para a ausência de canais eficazes de esgotamento no projeto original de Brasília, cidade-parque. Nem foi introduzido mais tarde, durante a construção, por projetistas, urbanistas, engenheiros e administradores de turno. Remendos, aqui e ali, não surtiram os efeitos estruturais. Brasília conviverá com secas, calor continuado e inundações arrasadoras auxiliadas por bueiros entupidos, edifícios inundados. Lixo depositado por usuários das vias do Distrito Federal, às margens malcuidadas de rodovias, garante a disseminação do mosquito da dengue. As pragas bíblicas se multiplicam no Cerrado, protegidas por capins invasores, águas mortas acumuladas, mas vivas de doenças potenciais. Estamos diante de uma batalha administrativa perdida, com algumas soluções elitistas ou com implantação de próteses paliativas. Esgotou-se a inteligência urbanística! As sábias propostas esperadas para uma comunidade humana não cabem em nossa realidade brasiliense, onde a milionária frota de carros individuais comanda a precária imaginação dos administradores da coisa pública.
Imagem: Lixo às margens da BR 060, km 26, sob os cuidados da Concessionaria Triunfo/ ANTT. (Foto Eugênio Giovenardi).
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OBRIGADO, VERA STRINGHINI

 OBRIGADO, VERA STRINGHINI

pelo estímulo com teus sempre precisos comentários.
"Eugênio, li com alegria teu livro
(SEGREDOS MILENARES DO CERRADO).
Foi um passo à frente no teu estilo, ousaste avançar no difícil território da poesia. Sabiamente usaste imagens, lindas fotos para te apoiar.
Esse recurso tornou o livro mais fácil de entender e permitiu seu uso didático, até para crianças. E impõe releituras, porque poesia é para ser relida várias, inúmeras vezes. Pode ser que estejas abrindo um caminho novo para ti, que é a capacidade de se expressar pela síntese poética. Vai depender de coragem e talento.

sexta-feira, 1 de março de 2024

CHUVAS DE FEVEREIRO 2024

 CHUVAS DE FEVEREIRO ▬ ANOS 2013 a 2024

Em milímetros ─ 1 mm = 1 litro/m2
ANOS MÊS ▬ TOTAL ANO/ MM
2013 – 132.7 2.255,6
2014 – 173.0 1.677,5
2015 – 223.2 1.642,7
2016 - 288.0 1.921,7
2017 - 203.8 1.478,7
2018 – 165.1 1.760.5
2019 – 238.7 1.069.3
2020 − 276.4 1.787,8
2021 417.2 1.710.8
2022 – 200.3 1.279,2
2023 - 248.2 1.323.4)
2024 - 311.5 733.0 (no ano)
SÍTIO DAS NEVES, BR 060, KM 26, DF, EM REGENERAÇÃO DESDE 1974. Uma área degradada como era a do Sítio das Neves, segundo especialistas em recuperação do Cerrado, leva até 50 anos para se regenerar. O Sítio das Neves, completa 49 anos em processo de regeneração lenta, gradual e efetiva do ecossistema. O pequeno Sítio das Neves integra os 48% que restam de Cerrado com vegetação nativa. A área de 70 hectares foi declarada reserva do patrimônio nacional mediante Termo de Compromisso mútuo assinado pelo IBRAM/SEMA/DF, conforme expresso em placa oficial instalada na porteira do Sítio.
Aos que seguem o movimento das águas pluviais durante o ano, ofereço os dados coletados no mês de fevereiro dos últimos 12 anos pelo pluviômetro instalado no Sítio das Neves pela Agencia Nacional de Aguas (ANA). Os dados refletem a situação pluviométrica de parte da Bacia do Descoberto e Micro Bacia do Ribeirão das Lajes, DF.
O acumulado de chuvas do ano de 2024, é de 733.0 mm ou litros por m2, na região da microbacia do Ribeirão das Lajes.
Dos 29 dias do mês de fevereiro, em 11 dias não houve chuvas e o volume do mês alcançou 311.5 mm. Os 700.000 metros quadrados do Sítio das Neves receberam, neste mês, 218.050.000 litros de água, dos quais 75% foram retidos pelas árvores garantindo a recarga dos aquíferos e a vazão das nascentes. A regeneração do Cerrado depende da capacidade de detenção das águas da chuva pela floresta nativa apoiada por dezenas de espécies de gramíneas do bioma. A Biocomunidade do Sítio das Neves não emite, há 20 anos, gases de efeito estufa, além de armazenar carbono sob a vegetação.
NO PRIMEIRO GRÁFICO: Fevereiro se mantem chuvoso, nos 12 anos referidos, apensar de três concentrações de grande volume, causando inundações numa cidade “planejada”, não preparada para o esgotamento das chuvas.
NO SEGUNDO GRÁFICO: A média volumétrica de chuvas, no mês de fevereiro dos 12 anos referidos, é de 240 mm, 240 litros por metro quadrado, trazendo ao DF 1, 397 trilhão de litros de água, suficientes para encher represas e inundar áreas urbanas.