sábado, 24 de dezembro de 2011

DESEJOS DISFARÇADOS


Minha filha Aino está decepcionada com as comemorações anuais deste festival de desejos e compras. Suas filhas não foram educadas para o supérfluo e se satisfazem com o que necessitam para o básico e o conforto suficiente.
Tenho os mesmos sentimentos e atitudes. Meninos sem lar e sem hospitais para nascer existem aos milhões em Belém de Israel, em Belém do Pará e em todos os beléns do mundo. O piá que nasceu em Belém da Palestina teve estrelas e cometas e se tornou um guru universal.
Há meninos e meninas que nascem para iluminar caminhos e guiar os outros em noites sombrias. Gandhi, Luther King, João XXIII, Hannah Arendt, Sócrates, Cícero, Verdi poderiam ter seus dias de nascimento festejados cada um a sua maneira, sem presentes nem corridas frenéticas aos shoppings. Bastaria lembrar apenas que foram pessoas.
Olhar para as pessoas mais que se extasiar diante de vitrinas, abraçar amigos, conhecidos e desconhecidos é o melhor presente que se dá e que se recebe sem precisar ir aos shoppings.

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