segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

ÀS COMPRAS

Às vésperas da celebração máxima do consumo, três forças se conjugam para saciar o desejo de comprar, de ter, de presentear e mostrar o poder de gastar. Além do prazer e do “gosto de gastar”, a propaganda intensa assessorada pela mídia sustentada pela publicidade, do credito favorecido e da obsessão do governo pelo crescimento econômico, a compreensão universal das ruas é endividar-se nos centros comerciais.
São raríssimos os repórteres que entram em livrarias para estimular a leitura e proclamar com o mesmo entusiasmo que um livro de 25 reais pode ser um belo, eterno e pacífico presente.
Brinquedos, Ipads, Iphones, tênis de grife, geladeiras, máquinas de lavar, celulares, televisões, roupa e calçados estão no foco das câmeras e na boca de repórteres.
Todos os demais ramos da cultura estão fora das listas: pinturas, livros, músicas ou um simples cartão de passagem de ano escrito a mão. Um desejo amigo manifestado é um dos melhores presentes que se possa oferecer.
Fora isto, é dar carinho aos desamparados, pão aos famintos, abrigo ao desnudo, abraço ao enfermo, um copo de água ao sedento. Os gestos simples tendem a desaparecer. A hipocrisia geral prefere a exibição da suntuosidade fútil.
Há mais coisas no universo além da intriga humana. Há mais belezas no universo do que as promessas de crescimento do PIB.
2012 é logo ali.
A dura realidade continua presente
E as ilusões vão conosco a frente. 

Não poupe seus comentários. Envie-os pelo e-mail:

Nenhum comentário: