sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

CRESCIMENTO ZERO

Vejam como é possível chegar ao crescimento zero, conforme anunciam os dados oficiais do governo brasileiro. Menos investimentos desnecessários, menos consumo de itens supérfluos, mais poupança, eis a receita que se realizou sem as assessorias milionárias de sábios economistas e suas redes de empresas suspeitas.
A arrecadação fiscal de impostos foi das mais elevadas dos últimos meses e anos. Ufana-se certa mídia de que o crescimento econômico faz centenas de milionários a cada dia. Os centros comerciais, na sequência de festas e feriados, dizem-se contentes com o afluxo de clientes em todas as lojas. Os aeroportos colapsam repletos de aviões e passageiros. As malas desembarcam do exterior carregadas de compras.
Não há uma só notícia de que algum brasileiro tenha morrido de fome nesses meses de crescimento zero. Será que as pessoas, os cidadãos, os contribuintes, os consumidores perceberam que não precisam obedecer cegamente aos comandos da mídia e do governo para correr aos “shoppings”? Que não precisam trocar a geladeira que funciona por uma nova? Que não é necessário modernizar os apartamentos por sugestão de decoradores improvisados e derrubar paredes que testemunharam tantas histórias familiares? Que é ridículo substituir os móveis antigos pela nova quinquilharia? Ou encher-se de aparelhos eletrônicos de cozinha, celulares, Iphones, Ipods e Ipedantes que entopem o ar e infernizam a vida? Ou serem obrigados pela competição social a pôr no estacionamento do edifício o carro do ano e, se possível, importado?
Será que as pessoas, etc..., compreenderam que é possível distrair-se, divertir-se e viver comodamente sem deixar-se iludir pelas mentiras do marketing, pelo bombardeio da TV e por promessas imobiliárias? Terão percebido que os magos da economia querem transformá-las em eternas devedoras escravas do consumo e do cartão de credito?
Que alívio! Chegamos ao crescimento zero!
O crescimento zero estimula a criatividade, a diversidade de oferta, a procura de formas e produtos diferentes, alternativas e novas prioridades. Trocar o caro pelo barato. O supérfluo pelo conforto. Por exemplo, um livro custa menos do que um jantar no restaurante Alice ou qualquer outro da moda social. Ler também faz bem à saúde. Ajude a consolidar o crescimento zero. Consuma o necessário. Leia mais. Caminhe mais. Redescubra a rua de sua casa.
 Ser feliz ainda é possível. Seja feliz, em 2012, com crescimento zero!




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