terça-feira, 4 de junho de 2013

OS EUS DO UNIVERSO




(Foto: Integração dos seres no universo.)


Leituras recentes, neste ano, me indicam que o rumo de meus pensamentos é adequado à vida, à palpitação do universo, à compreensão dos seres vivos e inanimados que se originam da natureza.
O mergulho no eu, como síntese de todos os eus, me dá a dimensão do todo, ao mesmo tempo uniforme na essência e diversificado na epifania, na manifestação exterior. O risco de dar preferência ao eu egocêntrico está sempre à vista. O eu é um resumo do universo, mas não é o universo.
Por falta de atenção, a tendência à felicidade individual obscurece a infinidade de luzes que brilham por todos os lados. Essas luzes vêm de outros eus, humanos, vegetais, animais e minerais.
Pode-se observar a unidade essencial dos seres vivos na organização das espécies, em sua localização no espaço, na integração no bioma em que brotaram, na maior ou menor adaptação ao clima. Nem todas as plantas são grandes. Nem todas se adaptam a qualquer bioma, assim como os esquimós teriam dificuldades de sobreviver no trópico equatorial. A diversidade de espécies é que compõe a beleza e é nela que estão as condições de sobrevivência e reprodução.
A sabedoria ecológica (ecosofia) é consciente, intuitiva e natural. Todos os seres vivos a possuem e ela está intimamente enraizada na existência de alimentos. A multiplicação das espécies depende do alimento e, por isso, a natureza das coisas dotou os viventes com o instinto da autorregulação de seu crescimento. Não há no planeta superpopulação de leões, ou de elefantes ou de chimpanzés. Só há superpopulação da espécie humana.
O equívoco da superpopulação humana que desemboca no superpovoamento urbano é o egocentrismo antropocêntrico que o levou a concluir que tudo foi feito para sua felicidade existencial. A espécie humana desenvolveu um conceito utilitarista da natureza e, diante da escassez de terras para abrigar todas as espécies vidas, se apoia em seus artifícios tecnológicos para transformar resíduos em alimentos. Passaremos a digerir alimentos tecnológicos de laboratórios, cápsulas insípidas, em vez de frutas colhidas nas árvores e alfaces cortadas no canteiro da horta.

A humanidade será iludida a alimentar as células e desprezar o sabor natural dos alimentos que têm, na essência vital, os mesmos componentes de nossa matéria corporal.

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