terça-feira, 27 de outubro de 2015

COLUNA DO EUGÊNIO XIII


Resultado de imagem para lixo em brasilia

Desde 1987, brasilienses lutam desesperadamente em círculos acadêmicos e organizações comunitárias para manter incólume o glorioso prêmio conquistado pelo Plano Piloto de Brasília: Patrimônio Cultural da Humanidade. O Brasil se orgulha, por conveniência, em rodas oficiais e políticas. Brasília foi concebida como cidade-parque. Uma cidade dentro de um parque. Tenho fundadas suspeitas de que uma quase invisível minoria de brasilienses defende e propõe ações inteligentes para aperfeiçoar o desenvolvimento urbano de Brasília como cidade-parque. Isto quer dizer transformar todas as “cidades-satélites” numa imensa cidade-parque. O sonho da prancheta do Dr. Lúcio Costa parece irrealizável. Algumas forças organizadas desde o início de Brasília, corroboradas por agências de pseudoplanejamento urbano, determinam a forma, a arquitetura, a estética e o tamanho de Brasília. O Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF, as incorporadoras, os proprietários de terras, os grileiros acima da  lei, os movimentos organizados sem-teto e sem-terra, os funcionários de turno de órgãos e secretarias superpostas, um grupo legislativo sem compromissos públicos e a indiferença displicente e generalizada do brasiliense são forças sinérgicas que agridem não só a cidade-parque como também o Plano Piloto. Não há dia em que a guerrilha antibrasília não atente contra a urbe e a civitas com o sacrifício de seus cidadãos, das árvores e dos animais. A biocomunidade cidade-parque transita tristemente da biodiversidade para a monocultura esterilizante do homo sapiens.

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