quinta-feira, 8 de outubro de 2015

COLUNA DO EUGÊNIO VI



No alvorecer do dia, milhões de trabalhadores saem em busca do pão. Sentado na varanda, sorvo o mate amargo. Vejo, no lusco-fusco, a agitação rotineira e milenar da natureza. Árvores pingam gotas de orvalho. Pássaros cantam. Marcam seu território e protegem a ninhada. Colhem no chão e nos troncos a comida do dia. É a hora da feira geral. Todos têm pressa. Da corruíra ao jacu. Da lagartixa ao macaco-prego. Um de meus autores fascinantes por sua ironia fina – Oscar Fingal O’Flahertie Wills Wilde – me diz que “ninguém realmente culto, hoje, fala da beleza do crepúsculo. Os crepúsculos estão fora de moda. Admirá-los é um sinal distintivo de cultura provinciana”. No tempo da tataravó Lucy, havia já curiosos que perscrutavam o firmamento. Esperavam o nascer do sol e temiam sua descida no poente. Li a informação de que em Marte escorre água salgada. Desde milênios, Marte é conhecida por guerras que se deram por lá. Tornou-se símbolo da guerra. A tradição oral não mente. O que sobrou das guerras em Marte? Água salgada. Quem sobrevive nessa lama? Bactérias. Sobraram bactérias em Marte. Acorda homo sapiens. Nossos bosques têm mais vida, nossa vida mais amores. (G.Dias.)

Nenhum comentário: