quarta-feira, 7 de outubro de 2015

COLUNA DO EUGÊNIO V


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Abraçar árvores. Ouvir delas mensagens repetidas de geração em geração, desde milhões de anos, dão-me a certeza de que partilhamos de parentesco existencial. Elas têm os pés na água. Água é um princípio de vida. Uma árvore está cheia de água. Acolhe em sua ramada milhares de vidas. Dos pássaros aos bichos grandes e pequenos insetos. Elas recomendam, indistintamente, a todas as formas de vida o segredo da sobrevivência: sombra e água fresca. Aprendi delas esse gesto generoso de acolher outras vidas sem discriminação. Eis o risco da generosidade silenciosa. Dizer: bom-dia! Sorrir a um desconhecido pode ficar sem resposta ou provocar temor. Espantei-me com a beleza natural, sem maquiagem, da moça do caixa do supermercado de minha quadra e lhe disse: “você é muito bonita”! Encabulada, respondeu: “eu não me acho bonita”. E das árvores são os desmatadores que não lhe percebem a generosa beleza.


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