terça-feira, 19 de abril de 2011

ÁRVORES



De minha janela, desfruto o cenário verde de várias espécies de árvores. A sibipiruna, o jatobá, a barriguda, o pinheiro, o hibisco, a mangueira, em convivência harmoniosa e pacífica. Os galhos e as folhas de cada uma delas dançam com ritmo próprio ao sopro do vento. As folhas tremulam, os ramos se inclinam com reverência, levantam-se e rodopiam. O tronco ereto sustenta em seus braços a galhada que se equilibra no ar com movimentos acrobáticos.
Silenciosas, trabalham sem parar. São laboratórios incansáveis, gratuitos. Produzem oxigênio e umidade. Equilibram o ar que respiro para que o carbono exagerado não ofenda meu organismo. A árvore sabe que o carbono é necessário para a sobrevivência dela e de todos os seres vivos. Sem ele, ela morreria. Ela apenas faz o equilíbrio, não luta contra ele. Não o tem por mau ou por inimigo. É a inteligência vegetal a serviço da felicidade vegetal coordenada pela inflexibilidade das leis físicas. O carbono que expilo de mim volta-me em forma de oxigênio.
Qualquer que seja o nome ou a espécie das árvores, elas cumprem, lado a lado, a mesma função natural. O desequilíbrio dessa função é provocado por um agente corruptor capaz de produzir carbono em quantidade superior à capacidade das árvores de transformá-lo em oxigênio. Uma cidade invadida por automóveis se corrompe pelo carbono que infesta o ar. Derrubar uma árvore é destruir um laboratório cuja função é preservar a vida. Queimar uma floresta é arrasar de forma insana as raízes da vida. Cortar árvores é transformar o carbono amigo em inimigo. É um ato irracional.
De minha janela, gozo da mesma felicidade vegetal de árvores que partilham o mesmo espaço e acolhem à sombra o caminhante rumo a qualquer direção.
As árvores vivem e eu, com elas, vivo.

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