sexta-feira, 15 de outubro de 2010

ACORDOS OPORTUNISTAS

Amiga mandou-me Manifesto em favor de um candidato à Presidência da República, no qual uma lista enorme de religiosos figura como assinantes. Pediu a todos os que tem fé cristã que o lessem e refletissem.
Eis minha reflexão.

Embora não professe religião alguma, li o texto.
Estamos elegendo apenas uma pessoa para Presidente da República.
As leis são elaboradas no Congresso Nacional e não na presidência da república.
As instituições religiosas têm compromisso com seus membros e os temas de consciência são debatidos entre eles e não podem ser estendidos à sociedade laica.
Os dogmas e os princípios que apresentam a seus fiéis se originam de supostos preconceitos arrancados da inteligência divina.
O equívoco está em discutir o aborto em nome da vida.
Não passa e não querem que passe pela cabeça dogmática que a melhor forma de evitar aborto está na educação sexual, no planejamento familiar, formas civilizadas de controle da natalidade. E não se ouve uma só palavra sobre isto.
No Engenho das Lajes, a 50 km do Palácio do Planalto, numa população de 500 famílias, há 17 meninas, entre 13 e 15 anos, grávidas. Há, nessa Agrovila, 7 igrejas. Todas defendem a vida! Nenhuma trata de educação sexual, uso de contraceptivos. Mas todas prometem carro novo, emprego, sucesso, se pagarem o dízimo.

Acordos como esses foram firmados na Itália, nas barbas do papa, e em outros países, e a sociedade não deu atenção. Dilma e Serra podem se comprometer pro forma, sem convicção, para ganhar mais votos. Mas isto é politicamente, eticamente ridículo.

Essa discussão não pode ser domínio exclusivo de igrejas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ensayo, aprendiendo a remitir apreciaciones