terça-feira, 13 de novembro de 2012

PRECONCEITO




O preconceito existe desde que a espécie humana se atreveu a expor opiniões, ideias e conceitos sobre fatos ou pessoas em suas relações de convivência.
O papel vital do homem e o da mulher, o fraco e o forte, o enfermo e o sadio, o bom e o ruim, o conquistador e o dominado, a cor da pele ou os ritos religiosos, quem pode mandar e quem deve obedecer são personagens ideológicos do drama diário do preconceito, de ideias preconcebidas no âmbito subjetivo da verdade impositiva.
A palavra preconceito mais e mais é aplicada como alarme de trânsito de opiniões, ideias e interpretações dos fatos ou do comportamento de pessoas. Chamar uma pessoa negra de negro, criticar políticas ou programas de governo dirigidos aos que não podem decidir por serem pobres, ou recusar o crescimento econômico pela via do consumo, ou indignar-se com o comportamento impróprio de um líder político proveniente da classe trabalhadora ou de família indigente logo soa a sirene do preconceito. Não concordar é preconceito e discriminação.
O preconceito se tornou o código filosófico, ético, moral. Atinge o pensamento mediano, as opiniões de massa fortalecidas por estatísticas e percentuais indiscutíveis. O pensamento ético ou político se torna linear, uma espécie da trilha única, sem alternativa. Ou se admite a verdade proposta ou se cai preso na armadilha e vítima da conspiração do preconceito.
É uma forma sutil de  monitorar opiniões e ideias. Faz parte dos regimes totalitários, verticais, ditatoriais e dogmáticos para submeter o pensamento à disciplina dos quartéis.
A acusação de preconceito é usada para preservar o poder e alinhar os fatos a ideias e programas e não à liberdade de expressão. O preconceito tremula no ar como azorrague do patrulhamento ideológico dos que empunharam a mentira econômica e o engodo social como bandeira.
O mais trágico diante do tribunal da consciência é submeter-se ao domínio do preconceito e acomodar-se às grades da liberdade vigiada por câmeras de segurança patrimonial.

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