Se morrem 2 pessoas a cada segundo e nascem 5 no mesmo período de tempo, caso da Ásia e África, qual é a proporção simétrica de produção de alimentos? Não é só de comida que vive uma pessoa. Moradia, escola, hospitais, transporte, estradas, meios de comunicação, teatros, museus fazem parte da vida moderna.
Os meios de comunicação transmitiram afirmações insensatas provando que o planeta Terra pode abrigar 20 bilhões de pessoas. Certamente, essas personalidades não creem que a maioria da população mundial possa desfrutar dos produtos materiais e culturais na mesma proporção de canadenses ou noruegueses e de boa parte da elite brasileira.
A miopia de quem goza de bem estar intocável não abarca as distintas populações do planeta. Não somos apenas nós, hominídeos, os únicos 7 bilhões de habitantes da Terra. Há outros bilhões de animais domésticos para os quais se destina grande parte da produção de alimentos e cujas proteínas não alcançam os famintos. Há bilhões de animais silvestres e marítimos que habitam florestas necessárias e mares gratuitos que precisam de espaço para o cumprimento das leis da vida. Esses três gêneros de populações interdependentes dependem de água para sobreviver. Água e florestas são a origem da vida. Mais uma vez, o organismo internacional lamenta que mais de 2 bilhões de seres humanos não dispõem de água tratada ou potável. E para produzir mais alimentos, precisa-se de mais água.
Em nome da dignidade humana, para estabelecer um equilíbrio
do crescimento demográfico, impõe-se medida racional muito mais efetiva do que
uma projeção estatística preguiçosa para o ano 2100. A limitação do crescimento
das populações do planeta se dá por fenômenos naturais e doenças como pestes,
epidemias, AIDS, secas, inundações, tornados, tsunamis, terremotos, erupções vulcânicas.
Mas talvez não seja razoável esperar por eles ou estimulá-los com falsas ideias
de progresso, de crescimento econômico, desenvolvimento tecnológico, metropolização
de cidades, desertificação gradativa de imensas regiões, devastação de
florestas. Há outros meios sensatos e racionais.
O planejamento demográfico, estendido a todas as nações do
mundo, em nome da sobrevivência de das populações
existentes no planeta, é medida necessária e salutar. Os efeitos não serão imediatos,
pois há obstáculos culturais, tabus e conceitos religiosos a superar. Mas a reprodução
vegetativa, ou crescimento zero da população, é desejável do ponto de vista
humano e necessária para o equilíbrio ecológico e ambiental que assegure a biodiversidade
bela e espetacular do planeta. Só temos um planeta disponível para ser desfrutado
entre todos os seres vivos.
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