Sete bilhões são um bocado de números. Os estatísticos deitaram
e rolaram com percentuais, colunas, curvas, queijos, pirâmides e círculos para
demonstrar a grandeza dos algarismos. Um percentual de bilhão, por pequeno que
seja produz um montão de gente, de animais e de coisas. Os corruptos que se
prezam como administradores da coisa pública sabem disso. Por isso, dependendo
da cifra, se contentam com meio por cento. Em se tratando de bilhões ou
trilhões, a farra está garantida.
Voltando aos bilhões, revistas e jornais nos impressionaram
com o jogo dos números. O nosso planeta, dizem, tem 13,4 bilhões de hectares
disponíveis para produzir alimentos e água necessária. Cada habitante terráqueo
precisa de 2,7 hectares (20.700 m2) para obter a satisfação de todas
as suas necessidades. (Atenção brasilienses! No Distrito Federal, só temos
pouco mais de um quinto de hectare, 223m2, para cada habitante. De
onde vem nossa comida e tudo o mais?) Os americanos consomem nove hectares.
Exagero que não resolve a crise econômica e financeira que atravessam.Voltando à galera mundial, 7 bilhões de pessoas precisam de 19 bilhões de hectares, quase o dobro do que o planeta dispõe. A população continua crescendo. Nos países ricos e nos países pobres, quem, quantos, em que classe de cidadãos existem o desejo, a vontade e a decisão de ceder alguns hectares para cobrir o déficit? A solução apontada por estudiosos, especialistas e planejadores do futuro é a redução do consumo em um terço do que atualmente se desfruta. Há poucas evidências de que nas próximas décadas o consumo diminua. Não vamos pedir isso à turma do Bolsa Família.
A avalanche de carros e aviões parece apontar para outra direção. A continuar no ritmo atual de consumo, o colapso será inevitável no final deste século, quando a população chegará, segundo estimativas, a 10 bilhões de bocas. Toda a esperança é posta no gênio anônimo e desconhecido (macho ou fêmea) chamado senhor 7bi ou senhora Sete Bi.
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