terça-feira, 23 de janeiro de 2018

IGNORÂNCIA ECOLÓGICA

(Foto: Lixão à beira da rodovia BR-060. Eugênio Giovenardi)

CONTAR PARA VIVER

IGNORÂNCIA ECOLÓGICA

O Lixão da Estrutural acabou, mas o lixo continua espalhado pela cidade, em contêineres contaminados, nas ruas, à beira das rodovias, nos córregos.
O Lixão representou, por 60 anos, nossa generalizada ignorância ecológica. Planejadores urbanos que idealizaram nossa cidade, administradores descompromissados com a coisa pública, cidadãos da capital da república caímos na arapuca do crescimento urbano.
Sem contar o dejeto invisível que sai de 3 milhões de vasos sanitários, produzimos, no DF, 1.800.000 kg de lixo por dia, mais de 600 gr por pessoa Um terço desse lixo é comida jogada por restaurantes, hospitais, escolas, cozinhas familiares, equivalente a 600.000 kg por dia. Essa comida desprezada seria suficiente para alimentar 1.200.000 pessoas/dia. E queremos acabar com a pobreza. Sabe-se que os catadores do Lixão recolhiam parte da comida que os alimentava. Supõe-se que não comam mais os restos de comida, mas continuarão sendo os escravos de nosso lixo porque o valor agregado da reciclagem e a tecnologia industrial ficam em outras mãos.
Aponto três falhas estruturais da construção de Brasília: a) não se definiu a coleta de lixo urbano; b) não se previram alternativas de esgotamento pluvial e captação das águas da chuva; c) soterraram-se centenas de olhos d’água nos loteamentos urbanos com tremendo impacto sobre o abastecimento de água.

Pensaremos, agora, na seleção e classificação do lixo, na interdição de lixo à beira de rodovias, no vergonhoso desperdício de alimentos e na proteção dos mananciais?

Um comentário:

http://sergioalmeidafoto.blogspot.com/ disse...

Senhor Eugenio oreo compartilhar em minha pagina do Face com sua permissão!