quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

APOIO POLÍTICO


Neste período de assalto ao poder pelos recém-eleitos, destaca-se uma expressão dita em todas as esferas do governo, do prefeitura municipal à presidência da república: defender os interesses do partido. Esses interesses explícitos se dirigem a abocanhar ministérios e secretarias que pela sua função administrativa têm maior orçamento, maior impacto econômico, maior perspectiva política de ganhar eleições graças à plena exposição nos meios de comunicação.
A coisa pública – a res pública romana – o bem comum, patrimônio de todos os cidadãos, fica em segundo ou último plano, atrás das cortinas e dos bastidores. No palco, sob os holofotes das imensas plateias, aparecem os interesses partidários incorporados a cargos para exercício do poder e da autoridade com o fim de levar os partidos, ato por ato, cena por cena, a buscarem os aplausos eleitorais.
A distribuição de cargos esfacela o governo e retalha o poder e a autoridade, desvirtuando os fins e os meios do exercício político dos eleitos, traindo a confiança dos cidadãos. O cuidado com a coisa pública se transforma em atos de mesquinhez de grupos, de chefetes, de apaniguados que administram os bens públicos do cidadão para benefício próprio.
A coisa pública – saúde, educação, habitação, transporte, serviços burocráticos são a segunda linha de prioridades. Na primeira linha estão os cargos e a influência partidária que eles possam demonstrar.
É humilhante e indignante para o cidadão ler, ver, e ouvir, durante meses, as escaramuças do assalto a cargos e a favores políticos, devastando, pilhando e espoliando o bem comum, a coisa pública. Não se percebe, nessa matilha política, o que antigamente se denominava espírito patriótico. Hoje, são devoradores de poder com doses maciças, não de programas de ação, mas de interesses partidários consagrados como apoio político aos donos do poder.

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