segunda-feira, 13 de abril de 2009

VAZIOS GRANDIOSOS

O centenário Niemeyer convulsionou os arquitetos e protetores do Plano Piloto com seu projeto da Praça da Soberania.
A amplidão da Esplanada dos Ministérios, reservada para as manifestações patrióticas, é uma tentação para os organizadores de passeatas e festas massivas.
As longas avenidas e amplas praças como as de Paris, Londres, Roma, Washington empolgam por seus espaços vazios e gigantescos monumentos que assustam e mantêm os admiradores ao longe.
Uma capital de país, na cultura arquitetônica, impõe essa grandiosidade à prancheta dos arquitetos.
Eu balanço entre a grandiosidade dos vazios e a imponência dos monumentos. Os vazios da Natureza me falam mais forte no pensamento do que um bloco de concreto apontando para o infinito, mesmo saído do lápis do centenário Niemeyer. Sua genialidade o empurra a competir com a grandeza dos cenários da Natureza. Sua criatividade é a mola da própria existência.
Teremos que nos submeter a sua genialidade? Pagaremos por ela e nos orgulharemos dela?
Niemeyer aprecia a amplidão dos vazios para enchê-los com suas aventuras arquitetônicas.
Eu prefiro os vazios para admirar e sentir sua força e penetrar neles como numa caverna do tempo e perder-me no espaço livre.

Nenhum comentário: