Foto: Favela da Rocinha
Parece difícil admitir que, à medida que aumenta a população
urbana e a complexidade das relações sociais e econômicas, cresce também o número
de distintos grupos rivais dentro de uma comunidade e entre comunidades.
Os grupos rivais da Rocinha (ou qualquer outro lugar), além
de disputarem a sobrevivência entre si, têm que bater-se com grupos rivais
externos enviados pelo Estado.Vivemos numa sociedade fundamentada na rivalidade e pretendemos pacificá-la eliminando grupos rivais. O tamanho e a densidade da população, porém, geram grupos rivais com inovações nos métodos e nas armas. O segredo está em domesticar as rivalidades e não em introduzir um grupo rival dominante a título de pacificador.
Mas a domesticação de rivalidades será extremamente difícil com grandes populações rivais num cenário de desigualdades na redistribuição da riqueza e das oportunidades. Ponham-se num terreiro dez galinhas e dez galos e ver-se-á o trágico resultado.
O Estado, como grupo rival, não extinguirá os grupos rivais de grandes populações, pois eles se reproduzem por autocatálise dentro de condições e circunstâncias propícias. Os resultados mais comuns são mortes de ambos lados ou transferência de grupos rivais para prisões de onde comandam as rivalidades.
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