sexta-feira, 6 de abril de 2012

RIVALIDADES



Foto: Favela da Rocinha

Parece difícil admitir que, à medida que aumenta a população urbana e a complexidade das relações sociais e econômicas, cresce também o número de distintos grupos rivais dentro de uma comunidade e entre comunidades.
Os grupos rivais da Rocinha (ou qualquer outro lugar), além de disputarem a sobrevivência entre si, têm que bater-se com grupos rivais externos enviados pelo Estado.
Vivemos numa sociedade fundamentada na rivalidade e pretendemos pacificá-la eliminando grupos rivais. O tamanho e a densidade da população, porém, geram grupos rivais com inovações nos métodos e nas armas. O segredo está em domesticar as rivalidades e não em introduzir um grupo rival dominante a título de pacificador.
Mas a domesticação de rivalidades será extremamente difícil com grandes populações rivais num cenário de desigualdades na redistribuição da riqueza e das oportunidades. Ponham-se num terreiro dez galinhas e dez galos e ver-se-á o trágico resultado.
O Estado, como grupo rival, não extinguirá os grupos rivais de grandes populações, pois eles se reproduzem por autocatálise dentro de condições e circunstâncias propícias. Os resultados mais comuns são mortes de ambos lados ou transferência de grupos rivais para prisões de onde comandam as rivalidades.
 
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