A natureza do Cerrado, no Planalto Central do Brasil, nos dá duas brevíssimas dicas seguidas por muito poucos moradores desta belíssima região.
A primeira, captar águas da chuva durante o período aqui
chamado invernal. É muita água que desaba sobre o planalto, mas que não se
tomam as medidas adequadas para captá-las. Trata-se de um volume descomunal que
obriga a todos a se abrigarem em lugar seguro. São 1.250 litros de água sobre
cada metro quadrado de chão. O volume desse precioso líquido despejado numa área
de 1.000 m2 (um lote de 100x10), nos meses de chuva, é de um milhão
e duzentos mil litros, ou 1.250 m3. Para onde vai essa água com
toneladas de plásticos, latas, garrafas e inumeráveis espécies de lixo? Não é a
toa que nossos córregos se enchem, principalmente quando se desmatam milhares
de hectares às margens dos rios. Não é a toa que nossas cidades são inundadas a
cada ano repetindo-se tragédias.
A segunda, deixar a natureza cumprir seus meses de repouso,
guardando a água acumulada nas raízes, nas folhas e nos troncos, protegendo as
sementes caídas no chão. O fogo é um dos maiores inimigos do cerrado. A lenda
de que o fogo é espontâneo ou é necessário para renovar pastos é apenas um dos
ingredientes da ignorância herdada de geração em geração. A queimada arrasa a
biodiversidade destruindo milhares de espécies e matando milhões de insetos e
pequenos animais que garantem a interdependência e a sobrevivência dos seres
vivos e sua reprodução.
O desalento entristece os que protegem a natureza. Não se
captou em proporções mínimas a água da chuva e, agora, teme-se o fogo arrasador
de todos os anos.
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