domingo, 14 de junho de 2009

QUANDO EU VOLTAR

Homenagem ao editor Rovilio Costa (+13.06.2009)

Quando eu voltar ao ventre da terra de onde surgi, não se aflijam. Volto ao lugar onde a felicidade é silenciosa e todas as criaturas são acolhedoras.
Lentamente me consumirei no húmus gordo e fértil, me incorporarei aos vivos anônimos do universo. Escorrerei sobre os calhaus e penetrarei nas rachaduras das rochas. Alcançarei as águas subterrâneas, as reservas de vida do planeta.
Ressurgirei nas folhagens das árvores, alimentarei as raízes dos craveiros e das roseiras. Estarei na força dos jatobás e dos angicos, na doçura da mangaba, do baru e nas cores da caliandra.
Os pássaros me levarão pelos ares e viverei a festa internacional de todos os sons noturnos e das sinfonias siderais e marítimas.
Vou sem desaparecer. Estarei escondido e vigilante por trás dos galhos, troncos e ramadas.
Olhem para qualquer lugar, a qualquer momento e me verão em todas as formas do universo.
Vocês me verão e eu os verei com a lucidez da imortalidade e com a clareza da eternidade.

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