quarta-feira, 7 de maio de 2008

CICLONES EXTRATROPICAIS

Nada que se compare em grandeza a um ciclone, um tornado, um tufão, uma tempestade, um terremoto, à erupção de um vulcão. É o resultado do funcionamento das leis físicas, conhecidas, estudadas e desafiadas pelo homem desde sua origem. Elas sempre o vencem, ao menor descuido.
Os fenômenos da natureza a ela pertencem. São as forças ativas do universo. O planeta Terra é velho e testemunhou, em milhões de anos, rodando incansavelmente pelo espaço, a expressão majestosa desses fenômenos naturais que assustam o homem, derrubam árvores, inundam nossas cidades.
Velha Terra generosa que sustenta a vida, que dá o ar e a água ao passarinho, à flor, à microscópica bactéria, às minúsculas e às frondosas plantas, aos animais e aos seres humanos.
No curso de sua viagem sideral é açoitada por ventos finos, sacudida por terremotos, rasgada por abscessos vulcânicos, sem alterar sua cadência rotatória, indiferente aos olhares de Vênus ou Júpiter.
Nada lhe importa se os rios mudam seu curso, se as montanhas trocam de lugar, se as árvores e os animais desaparecem, se o fogo consome as florestas.
Fascinado, olho para essa imperturbável trajetória da Terra. A chuva cai entre relâmpagos e trovões. Os ventos vergam árvores gigantes e arrancam as imprudentes. Os pássaros voam a seus esconderijos. Os bichos se escondem sob as rochas. Os homens ficam indefesos em suas próprias gaiolas. Paro e contemplo as árvores caídas, as casas derrubadas, as pessoas mortas.
Como aceitar uma sociedade inteligente que se agita, corre, trabalha contra si mesma? Como não dizer às vítimas de um ciclone que somos todos culpados pelas mortes e pela destruição da obra humana, cercada de antigos amores, de sadias expectativas? Não tenho pena dos mortos. Tenho pena dos que vão nascer. Estamos preparando nossa desgraça. Temos essa capacidade e a estamos usando para nos destruir e vamos conseguir.
A natureza, o universo, os fenômenos naturais constituem a beleza limpa, original, grandiosa do funcionamento das leis físicas. Em vez de apreciá-los, somos destruídos por eles, por nossa incúria, nossa pressa, nossa ambição de querer dominá-los.
Em tudo e sempre há que se conviver com a natureza e seus majestosos fenômenos se para tanto nos ajudar a inteligência.

Um comentário:

O OBSERVADOR disse...

É um ponto de vista poucas vezes lido.
Parece que o ser humano não saiba que pertence à Natureza.
Hilkka Maki