quinta-feira, 26 de novembro de 2015

EMISSÕES DE GÁS CARBÔNICO (CO2e)


 Resultado de imagem para desmatamento do cerrado

( O Cerrado se vai)

Os dados apresentados pelo Observatório do Clima, rede de organizações não governamentais, constantes do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), são preocupantes, além de incompletos, como destaca Marina Piatto, coordenadora da iniciativa de Clima e Agricultura do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora). Segundo a especialista, a metodologia utilizada não computa o carbono emitido e sequestrado pelo solo. Esta omissão pode mascarar a veracidade dos dados apresentados. As emissões do Brasil alcançaram, em 2014, 1,558 bilhão de toneladas de CO2e de efeito estufa.
Os três maiores emissores responsáveis por esse volume são: a) queima de combustíveis num montante de 456,0 milhões de toneladas; b) produção agropecuária, 423,1 milhões de t, das quais 237,1 provenientes da fermentação entérica, isto é, gases e esterco liberados por 198 milhões de cabeças de gado. Os estados que cheiram mais, nesse contexto, são Mato Groso, Minas Gerais e Rio Grande do Sul; e 152,9 milhões de t originados de fertilizantes químicos. c) desmatamento (denominado Mudança no Uso da Terra) com emissão de 486,1 milhões de toneladas.
Reduziu-se, entre 2013 e 2014, em 18% o desmatamento, insuficiente para atingir as metas de desaquecimento global. É uma redução pífia quando se põe esse percentual em números reais. Na verdade, esse percentual significa que de cada 100 mil hectares desmatam-se 72 mil.
Regiões de cerrado, que abrangem os estados de Rondônia, Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Paraná e Distrito Federal, têm os incêndios naturais como parte de sua dinâmica. Porém, as queimadas constituem as principais causas do desmatamento nesse tipo de vegetação. O fogo não só elimina espécies da flora. Milhões de vidas perecem. A biodiversidade se recupera lentamente e a interdependência dos seres vivos se torna cada dia mais difícil.
Segundo o IBGE, em 2008, o cerrado já tinha 48,37% de sua área original desmatada. Em números absolutos, o cerrado teve sua cobertura reduzida de 2.038.953 km² para 1.052.708 km², com área desmatada de cerca de 901 mil km² (44,20%) até 2002, e de mais de 986 mil km² até 2008. As Unidades da Federação que possuem maior área de cerrado original são Mato Grosso (17,60%), Minas Gerais (16,37%) e Goiás (16,16%).
O mais grave é que, segundo Carlos Rittl, do Observatório do Clima, “todo o planejamento de investimentos para os próximos 15 anos não é de baixo carbono”. E acrescenta: “Temos argumentos demonstrando que a redução de emissões não representa obstáculo de crescimento, não exige sacrifício”. Pode-se acrescentar que tecnologias mais avançadas e aplicadas proporcionariam economias limpas e mais eficientes.
Há muito que fazer para que a espécie humana use a inteligência e a ciência para encontrar seu espaço e se integrar na natureza como parte do corpo orgânico do universo. O primeiro passo é liberar áreas para que a vegetação nativa reconquiste seu território. Todos os seres vivos ganharão com essa reconquista.

26.11.2015

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