O consumo de água, na cidade, varia de lugar para
lugar e depende fortemente da renda dos consumidores. A variação dos volumes
consumidos é demonstrada por região, bairro e atividades sociais e econômicas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece 110 litros/dia como valor
mínimo para satisfazer às necessidades de cada pessoa. Na cidade de Brasília, segundo estatísticas
da CAESB, o consumo varia de 90 a 640 litros por habitante, discrepância que demonstra
a desigualdade ecológica da população. O consumo estimado da população de
Brasília (2,9 milhões/hab.) é de 640 milhões de litros diários. A extração e o
consumo de água proveniente de poços artesianos estão fora de controle. O
número de poços artesianos autorizados e os não autorizados pode chegar a 40
mil cujo volume utilizado pelos usuários é ainda desconhecido. Não foram
encontradas informações sobre a profundidade dos poços para atingir os
aquíferos, nem medidas compensatórias para a recarga dos armazéns interiores.
O consumo de água é medido basicamente pela quantidade
distribuída e pelo volume consumido registrado nos relógios. É estimado um
percentual de perdas no trajeto feito pela água na intrincada rede de distribuição.
A margem de erro nessas medições pode não dar o volume realmente utilizado pela
população em suas diversificadas atividades. Estima-se uma perda diária de líquido
maior que 30%, o que revela deficiências das redes de distribuição.
As estatísticas demostram um consumo estático
previsível, com variações medíveis que flutuam entre um máximo e um mínimo. O
teto recomendado pela OMS nem vale para os que consomem mais nem para os que
não atingem esse volume. É um indicador político da administração para diferentes
usos em documentos e programas de governo. Nem o governo nem a sociedade civil
determinaram, diante do crescimento da população e da escassez da distribuição de
água potável um consumo diário com critérios ecológicos e de bom senso.
Os órgãos ou empresas de captação e distribuição de
água no meio urbano registram o consumo estático por bairros, por grupos, por
firmas industriais e comerciais. O uso de água na agricultura irrigada com
captação em rios ou poços artesianos é medido por outros critérios: vazão por
hora, volume por m2 ou hectare.
O volume de água embutido no consumo de energia é
raramente divulgado. Especialistas apontam um volume de 6.660 litros para gerar
um KW de energia. Dependendo das regiões onde estão localizadas as represas e
da irregularidade das chuvas, o consumo de energia pode esvaziá-las ou deixá-las
com menor capacidade para rodar as turbinas geradoras. Um consumo de 3 KW por
pessoa/dia requer a disponibilidade de 19.900 litros que se somam ao volume de
água consumida pelo cidadão a cada dia. Umas das formas de poupar água é apagar
lâmpadas e aparelhos eletrônicos.
É necessário informar permanentemente a sociedade
sobre o uso e o consumo de água por pessoa/dia, por empresa industrial ou
comercial e por unidade produzida em suas diversas formas de uso: volume de
água por kg de soja, kg de carne, montagem de um carro, construção de um
edifício de 10 andares, um km de asfalto, um m2 de jardim ou parque.
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