sábado, 12 de julho de 2014

MUITO POUCO

 (crônica)

Preciso de tão pouco. O ar que respiro. Invisível. Vital.
Um olhar sincero. Um sorriso afável. Uma palavra saudável.
Um gesto solidário. Um abraço apertado. Recebido e dado.
Um copo d’água. Um pão de centeio. Uma taça de vinho.
A sombra de árvores. O chuá do ribeirão.
Um livro, dois livros, vários livros.
Escutar Lago de Como à noitinha.
Ouvir uma harpa no lago azul de Ipacaraí.
Cantar Saudades do matão ao violão.
Caminhar pelo cerrado. Abraçar árvores tortas de sede e fogo.
Sair à noite e ouvir estrelas.
Caminhar, caminhar todos os caminhos.
Poucas palavras. Dizer que amei. Imensamente.
Amei você que apareceu no meio do meu caminho.
Você que brotou de nós.
Vocês que brotaram de quem brotou de nós.
Quero pouco. Nem sempre o tenho. Nem sempre o dou.
Por fim, aprende-se que o pouco somado é muito.


11.7.2014

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