terça-feira, 29 de julho de 2014

CHUVA DA MANGA

(Foto: Sítio das Neves, flor da Falsa Íris. Eugênio Giovenardi)


Há quarenta anos, nos primeiros quinze dias de julho, esperava-se a chuva da manga ou do caju. Tempo frio. Roupas de inverno. Meias grossas.
O céu se cobria de nuvens finas e escuras. Fechava-se pouco a pouco. As primeiras gotas não chegavam ao chão. Evaporavam-se no ar ressequido. Aos poucos, a quase neblina se esparramava com suavidade sobre a vegetação sedenta.
Nos últimos anos, não foi rotineira a chuva da manga sobre as mangueiras floridas. Com bastante atraso, nos derradeiros dias de julho deste ano, na região sul do Distrito Federal, caiu a chuva da manga. Poucos milímetros.
O terreno preparado com vegetação abundante para receber a chuva, o pouco somado tornou-se muito. Três milímetros sobre 700 mil metros quadrados, no Sítio das Neves, somam 2,1 milhões de litros de água sobre a vegetação.
A alegria foi geral. Dançaram as folhas das árvores. Cantaram as seriemas e as saracuras. Coaxaram sapos e rãs à beira do riacho. A felicidade vegetal inundou o cerrado.



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