sábado, 4 de maio de 2013

PARQUE DA CIDADE DE BRASÍLIA


 


(Foto: Parque da Cidade - Brasília)

O Correio Braziliense (2.5.2013) mostrou a saudável diversão dos brasilienses, no ensolarado Dia do Trabalhador, no Parque da Cidade. Raras são as cidades no mundo que dispõem de um parque de tamanha dimensão – 420 hectares.
A desvantagem do Parque da Cidade de Brasília comparado com o Jardim de Luxemburgo, 25 hectares, a maior área verde de Paris, é o trânsito de automóveis com um rasto de gases poluentes. Parque é uma área de repouso, de relaxamento físico e mental, de respiração saudável à sombra de árvores e à beira de águas puras.
O mês de maio coincide com o término do período chuvoso. Nesse mês, as árvores e as gramíneas se mantêm verdes, exuberantes, graças à umidade remanescente das águas abundantes que irrigaram a área. É importante notar o benefício ecológico e ambiental dessa extensa área preservada na melhoria da qualidade do ar que o brasiliense respira. É uma pena que ele tenha que conviver com a intensa emissão de dióxido de carbono proveniente da constante circulação de automóveis.
Durante os quatro meses de chuva de 2013, enorme volume de água caiu sobre o Parque. Tão imenso que, por falta de informação, parece mentira matemática. A precipitação verificada nesses quatro meses foi de pouco mais de 1.540mm, isto é, 1.540 litros por metro quadrado. Aonde foi parar toda essa água? Há mais de 15 anos discuto com amigos, jornalistas, biólogos e geógrafos a necessidade imperiosa de captar e reter, em galerias subterrâneas, a generosa água das chuvas para ser utilizada durante os meses de estiagem. A extinta civilização Zenu da Colômbia retinha, por meio de canais, parte das cheias do Rio Madalena
Pratico isso há mais de 15 anos, em meu sítio (APP) de 700.000 m2 (70ha), com um sistema de pequenas barragens de captação e retenção da água pluvial. Graças à massa intensa de vegetação e arborização nativa que se formou ao longo de quase quarenta anos de proteção ambiental, as águas retidas se infiltram no solo e garantem a recarga dos aquíferos subterrâneos.
O Parque da Cidade recebeu, nesses quatro meses, 6,3 bilhões de litros de água (6,3 milhões de m3). A instalação de um sistema inteligente de galerias subterrâneas, em vários pontos do Parque, aproveitando as vias asfaltadas que impedem a infiltração, recolheria grande parte desse volume de água que se perde pelas sarjetas e inunda tesourinhas e garagens. A exemplo de Tóquio, uma rede de pequenas bombas hidráulicas instaladas nas galerias irrigaria o Parque, abasteceria o lago interno e suavizaria a secura do ar.
Temos tecnologia e especialistas para essa obra. A mesma tecnologia usada para construir arenas e levantar viadutos serve para abrir galerias subterrâneas de captação e retenção de águas pluviais, talvez com menor custo e maior benefício para os brasilienses.

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