quinta-feira, 30 de maio de 2013

ONDE AS ÁGUAS?

Caminhei pela quadra onde moro, ontem, antes da rápida e última chuva do período. A terra pedia água, visivelmente seca. A vegetação retraída, murcha, fazia evidente economia de água nas raízes.
Onde estão, perguntei-me, aqueles bilhões de litros de águas das chuvas do mês de março? Rolaram pelo asfalto em direção ao Lago Paranoá, arrastando toneladas de lixo e terra, abrindo valetas. O Lago se encheu de água, terra e lixo.
A captação e detenção da água da chuva ainda levarão tempo para tocar a inteligência administrativa do espaço que abriga o conjunto de seres vivos da cidade. A compreensão dos administradores precisa ir além dos meros interesses econômicos da população urbana. Mais além das avenidas, viadutos, estacionamentos e obras monumentais.
A água, o ar, a luz, as plantas, as gramíneas, os pássaros fazem parte da grande assembleia da qual participa o ser humano. A água da chuva precisa ser administrada com inteligência e com a mesma tecnologia que constrói uma arena para a prática ou apresentação de jogos e exercícios físicos.
Se as plantas que foram introduzidas nesta assembleia sofrem pela falta de água é toda a biocomunidade que padece. Em seu habitat e espaços naturais, as plantas e os animais, incluído o homem, há uma acomodação sazonal de cada espécie se o ambiente não foi modificado.
Uma cidade é um ambiente modificado, artificial. Tem, portanto, requerimentos que a modificação impõe. Esses requerimentos não foram suficientemente compreendidos pelas administrações das cidades. A captação da água da chuva em galerias subterrâneas, para benefício da biocomunidade no período seco, é um requerimento que ainda não foi compreendido pelos administradores urbanos.


28.5.2013

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