Alguém, um dia, surpreendido com os fatos e as pessoas que aparecem nas TV’s e nos jornais, perguntou de súbito QUE PAÍS É ESTE?. Explicam, justificam, negam e nos governam.
Tive, há poucos dias, essa mesma pergunta nos olhos e
no pensamento. Essas figuras, que se mostram ao vivo como saídas de uma
história em quadrinhos, rostos redondos, luzidios, sorridentes, de óculos
modernos, cabelos grisalhos ou tingidos, dizem coisas estranhas. Competem uns
com os outros. Sacodem números, sempre bilhões. Despejam percentuais sempre
diversos. Um jogo de esconde-esconde ridículo: dólar, inflação, PIB. Defendem e
protegem as pequenas cifras, quando não conseguem as grandes, e as justificam
acusando os Estados Unidos e a Europa.
Dizem, agora, que vão controlar os preços das
diárias dos hotéis durante a Copa das
Confederações com a participação dos proprietários, do Ministério das Cidades e
das associações dos hoteleiros. Falam. Sorriem e se vão. Como no teatro.
A sensação que me assaltou, nesse dia, foi a de ser um
estranho no ninho. Não faço parte desse país. Não tenho nada a ver com essa
gente. O mundo em que vivem não é o meu. Vivo no futuro. Eles, no passado. Esse
país está nas mãos deles. Eles precisam do país. Desconfio que o país não
precise deles. Estaria melhor sem eles. Eles fazem o país à sua imagem e
semelhança. Tornam o país ridículo como ridículos são.
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