quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

QUE PAÍS É ESTE?



Alguém, um dia, surpreendido com os fatos e as pessoas que aparecem nas TV’s e nos jornais, perguntou de súbito QUE PAÍS É ESTE?. Explicam, justificam, negam e nos governam.
Tive, há poucos dias, essa mesma pergunta nos olhos e no pensamento. Essas figuras, que se mostram ao vivo como saídas de uma história em quadrinhos, rostos redondos, luzidios, sorridentes, de óculos modernos, cabelos grisalhos ou tingidos, dizem coisas estranhas. Competem uns com os outros. Sacodem números, sempre bilhões. Despejam percentuais sempre diversos. Um jogo de esconde-esconde ridículo: dólar, inflação, PIB. Defendem e protegem as pequenas cifras, quando não conseguem as grandes, e as justificam acusando os Estados Unidos e a Europa.
Dizem, agora, que vão controlar os preços das diárias  dos hotéis durante a Copa das Confederações com a participação dos proprietários, do Ministério das Cidades e das associações dos hoteleiros. Falam. Sorriem e se vão. Como no teatro.
A sensação que me assaltou, nesse dia, foi a de ser um estranho no ninho. Não faço parte desse país. Não tenho nada a ver com essa gente. O mundo em que vivem não é o meu. Vivo no futuro. Eles, no passado. Esse país está nas mãos deles. Eles precisam do país. Desconfio que o país não precise deles. Estaria melhor sem eles. Eles fazem o país à sua imagem e semelhança. Tornam o país ridículo como ridículos são.

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