O governador Agnelo Queiroz disse: “A maioria das papelarias
e dos alunos estão (sic) nas áreas mais pobres do DF. Com o Cartão Material
Escolar irrigamos nossa economia e damos dignidade às famílias, Agora, o
estudante vai para a escola com satisfação e autoestima elevadas”. Eis a essência
da educação.
Adriana C. da Costa, diarista, beneficiária do Bolsa Família
há seis anos, conta do constrangimento de seus filhos, de 8, 11 e 16 anos, usarem
os itens constantes da cesta escolar gratuita dada pelo governo. Diz ela: “Tinha
tênis, meia, uniforme e material, mas tudo vinha com a sigla do GDF. Amigas
minhas já me contaram que os filhos ficavam com vergonha e não usavam”. E acrescenta:
“Meus filhos adoram comprar material. E sempre escolhem o mais caro, então, vai
ser bom, né?”
O secretário da pasta das Micro e Pequenas Empresas
considera o Cartão um marco para o desenvolvimento econômico local: “O Cartão
tem duas vertentes. De um lado vai estimular as crianças e adolescentes da rede
pública, consagrando o direito de escolha durante a compra. E, de outro,
incentivará a geração de emprego e renda, pois a papelaria vai vender mais”. E
dando uma de radical de esquerda, ensina que, anteriormente, o material escolar
era fornecido por grandes empresas de outras regiões. Diz essa sumidade: “Agora,
os R$ 36 milhões não vão mais para uma, mas para 210 empresas aqui do DF.”
Quem acredita que os cadernos e lápis, borracha e canetas são
fabricados em Samambaia, Itapuã ou na Estrutural? A qualidade da educação para
o governador e seus secretários está na compra do material escolar. No direito
de escolha do lápis e do caderno.
É inacreditável, mas é assim que somos governados.
(Estes fatos foram relatados no CB, 27.2.2013)
Nenhum comentário:
Postar um comentário