quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

É INACREDITÁVEL



O governador Agnelo Queiroz disse: “A maioria das papelarias e dos alunos estão (sic) nas áreas mais pobres do DF. Com o Cartão Material Escolar irrigamos nossa economia e damos dignidade às famílias, Agora, o estudante vai para a escola com satisfação e autoestima elevadas”. Eis a essência da educação.
Adriana C. da Costa, diarista, beneficiária do Bolsa Família há seis anos, conta do constrangimento de seus filhos, de 8, 11 e 16 anos, usarem os itens constantes da cesta escolar gratuita dada pelo governo. Diz ela: “Tinha tênis, meia, uniforme e material, mas tudo vinha com a sigla do GDF. Amigas minhas já me contaram que os filhos ficavam com vergonha e não usavam”. E acrescenta: “Meus filhos adoram comprar material. E sempre escolhem o mais caro, então, vai ser bom, né?”
O secretário da pasta das Micro e Pequenas Empresas considera o Cartão um marco para o desenvolvimento econômico local: “O Cartão tem duas vertentes. De um lado vai estimular as crianças e adolescentes da rede pública, consagrando o direito de escolha durante a compra. E, de outro, incentivará a geração de emprego e renda, pois a papelaria vai vender mais”. E dando uma de radical de esquerda, ensina que, anteriormente, o material escolar era fornecido por grandes empresas de outras regiões. Diz essa sumidade: “Agora, os R$ 36 milhões não vão mais para uma, mas para 210 empresas aqui do DF.”
Quem acredita que os cadernos e lápis, borracha e canetas são fabricados em Samambaia, Itapuã ou na Estrutural? A qualidade da educação para o governador e seus secretários está na compra do material escolar. No direito de escolha do lápis e do caderno.
É inacreditável, mas é assim que somos governados.
(Estes fatos foram relatados no CB, 27.2.2013)

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