Estarrecida com a autodemissão de Bento XVI, a curiosidade de
católicos e não católicos aponta para o que vai mudar com a chegada do novo
papa. As pessoas querem mudanças. Isto é bom.
Como simples partícula do universo, proponho ao novo papa
uma afirmação corajosa. Uma só.
Diga, em seu primeiro pronunciamento da janela do Vaticano,
apenas isto:
Que não existe esse Deus que criou o céu e o inferno.
Que esse Deus, que dá saúde para uns e doenças para outros, não
existe.
Que esse Deus, que conserta finanças mediante boletos bancários,
levanta empresas falidas, dá emprego a quem paga o dízimo a espertalhões e
presenteia a família com carro importado, não existe.
Que esse Deus, que opera milagres para curar um câncer e não
se ocupa de milhares de cegos, não existe.
Que esse Deus, em nome de quem se declaram guerras contra a
vida no planeta, não existe.
Que esse Deus, que precisa de um CD, de um copo de água, de
uma prece, de uma canção para o regresso da pessoa amada ou extinção de
enxaqueca depressiva, não existe.
Que esse Deus, em nome de quem se constroem templos,
amontoam-se riquezas pessoais, engordam-se contas bancarias e se transforma religião
em mercadoria, não existe.
Que esse Deus, em nome de quem o papa se diz infalível, não existe.
Se esse Deus existe, então tudo continuará igual em qualquer
religião.
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