domingo, 20 de janeiro de 2013

UM DIA DE CHUVA NO SÍTIO DAS NEVES




As árvores banhadas estão felizes, verdes de prazer.
Pássaros voam, pousam nas ramadas, cantam. As fêmeas recebem os machos e agradecem batendo as asas.
Sapos e rãs coaxam dando bandeira a répteis famintos.
As nascentes jorram águas que as chuvas fartas fazem brotar das profundezas.
As gramíneas, embebidas no líquido sazonal, distribuem-no ao longo e largo das coxilhas e dos vales.
Os córregos, ontem mansos, borbulham, cascateiam, precipitam-se no leito sensual dos ribeirões e misturam suas águas doces às ondas salgadas do mar.
Corpúsculo quase invisível, frágil e submisso, herdeiro genético da espécie humana, desfruto da manifestação invencível de bilhões de seres vivos, da violeta ao jacarandá, da borboleta ao elefante, girando no espaço a bordo de um planeta.
Sem eles, não teria eu prazer nem haveria sentido habitar uma galáxia.
20.1.2013

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