Expresso e compartilho minha alegria ao ver as
nascentes jorrando água, milhares de gotas luminosas pousadas sobre fios de
grama, capim e folhas.
A vegetação espessa do campo encharcado. As pequenas
barragens de pedra ou paus e terra de cupim detêm corajosamente a velocidade da
água, enfiando-a pelos poros da terra para encontrar os aquíferos profundos.
O Córrego da Mata Azul chiando, cascateando, cantando
em tons agudos e graves. As águas mansas ou revoltas, espumando contra a
rigidez das pedras milenares, se juntam ao Ribeirão das Lajes para a longa
corrida ao mar e voltar, depois, no embalo das nuvens chuvosas.
Difícil imaginar, não fosse a astronomia, que as
águas, as árvores, a bicharada, milhões de seres vivos, todos estamos girando
no espaço infinito a bordo de uma esfera, impulsionada pela lei da gravidade e
da inércia, a 30 km por segundo.
Iludidos pelo poder da luz do Sol, a cada manhã, achamos
que é ele que nos visita quando, na verdade, somos nós que o procuramos incansavelmente
todos os dias. É dele que nos despedimos à noitinha para sonhar olhando estrelas.
E tudo roda. As águas da fonte rodam. As águas do regato
e do mar rodam. As plantas, os pássaros, as girafas e os elefantes rodam. O planeta
roda. Eu rodo. Nós rodamos sem tempo para descansar. A felicidade roda. Quem inventou
a roda?
13.1.2013
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