segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

POR QUE CÓDIGO FLORESTAL?


Ouvi, há poucos dias, uma entrevista inquietante divulgada por uma emissora de rádio de cobertura nacional. O entrevistado dava o Brasil como exemplo de preservação de florestas e biomas. Reforçava o êxito do agronegócio, o sucesso das supersafras de produção de alimentos para o mundo. Brasil, celeiro da humanidade.
Cantou números com voz de barítono. “Temos 190 milhões de ha para manejo de 196 milhões de bovinos; 60 milhões de ha para grãos, isto é, comida, transformada em commodities; 30 milhões de ha ocupados com cidades, rodovias, aeroportos, indústrias, etc., perfazendo apenas 280 milhões de ha. O Brasil tem 850 milhões de hectares. Restam, portanto. 570 milhões de ha para a Floresta Amazônica, Cerrado, Mangues, Pampa, Pantanal, Mata Atlântica, Sertão Árido e Semiárido, Zona da Mata”.
A conclusão do entrevistado, expressa em tom de assertiva científica: “Se estas são as informações oficiais que temos, por que essa discussão em torno do Código Florestal”?
O entrevistado despediu-se dos ouvintes. Esqueceu-se de mencionar como as áreas ocupadas, desocupadas e degradadas estão sendo tratadas, nem suas consequências sobre o clima do país e do planeta. Nem o entrevistador lhe perguntou.
O Brasil é frequentemente oferecido, com ufanismo, como um exemplo para o mundo.


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