domingo, 22 de dezembro de 2013

SOMOS TODOS RESPONSÁVEIS




As chuvas, mais abundantes neste ano, especialmente no Sudeste, pelas consequências desastrosas que afetam as pessoas, indicam nossa ignorância sobre os fenômenos da natureza.
Tratamos o ambiente em que vivemos como se tudo estivesse sob nosso comando. Fatal equívoco.
As mudanças climáticas se produzem diante de nossos olhos e continuamos cegos. Só vemos as águas depois que arrastaram pessoas e seus pertences. Não sabemos prever e nem nos preparar para enfrentar fenômenos que a natureza produz há milhões de anos.
A experiência que acumulei com a preservação de uma área de cerrado (70 hectares, DF) ensinou-me que, antes de qualquer ação humana sobre o ambiente, é necessário compreender o comportamento e as consequências dos fenômenos naturais.
Quarenta anos de observação e cuidados nessa área reduziram à mínima expressão a possibilidade de erosão ou de catástrofes que possam afetar o equilíbrio natural do ambiente.
Os erros da urbanização e da agricultura estão na devastação irracional das barreiras verdes e da vegetação nativa, no desenraizamento protetor do solo e no desvio múltiplo dos cursos de água.
Somos todos responsáveis. Os que devastam e os que permitem a devastação. É afirmação antiga e nunca levada a sério: um real gasto em destruir ou modificar o ambiente exige cinco para recuperá-lo apenas em parte.

Essa atitude da população e das administrações públicas demonstra ignorância e irracionalidade ecológica e ambiental. Estamos todos condenados a pagar, sem direito a recurso aos tribunais superiores, os débitos atrasados devidos à natureza inerme.

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