sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

É HORA DE ACORDAR


Espero que a população e os governos compreendam que as enchentes atuais do Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro são um aviso estridente de que as mudanças climáticas bateram às nossas portas.
As perdas de vidas humanas e de milhares de outros seres vivos são frutos da irresponsabilidade de todos. Os ataques ao ambiente, nesses últimos cem anos, exauriram as forças do bioma local que se tornou impotente para assimilar o desgaste sofrido e o volume de águas das chuvas abundantes.
A cegueira ambiental tem cura, mas é preciso reconhecê-la com humildade. Se não, continuaremos a perder a riqueza material na qual ilusoriamente se fundamenta o bem-estar, a qualidade de vida e a abundância.
Falta perceber que essa riqueza material roubou à natureza os meios de dar a todos os seres vivos a oportunidade da sobrevivência que é a base da felicidade humana. Matamos indiscriminadamente as fontes de nossa vida e de nossa felicidade. As imagens mostraram imensas áreas devastadas. Onde está a vegetação protetora do solo? Onde estão as árvores?
É hora de os grandes mentores da economia, dos administradores da coisa pública e da população acordarem e desvendarem os olhos.
O precipício anunciado está a poucos metros e muitos já caíram nele.
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Nota: Sou ecossociólogo, naturalista e escritor. Administro uma área liberada da opressão industrial e da tirania do consumo obsessivo, uma reserva natural de cerrado de 70 hectares (Sítio das Neves) para refúgio de variada fauna de ar e terra, reprodução espontânea da flora nativa (3.500 espécies), proteção de nascentes e recarga de aquíferos com captação de águas pluviais. Estudo a ocupação do espaço e a organização de algumas espécies da biocomunidade (mangabeiras, caliandras e catolé).

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