Estou num ponto do paralelo-15, entre árvores
milenares, num campo cerrado, dominado pelo sol de maio. Único da espécie homo sapiens, rodeado de seres que vivem
incógnitos, da minúscula gramínea ao jacarandá frondoso.
O universo sabe que eu existo. Toma-me em seu colo e
roda-me pelo espaço entre estrelas e galáxias.
Posso ouvir grilos e cigarras, o farfalhar das folhas
que o vento balança, a mensagem das estrelas e da meia-lua num firmamento
expandido.
Neste ponto secreto do paralelo-15 tenho o universo
inteiro a olhar para mim.
O universo é meu, como eu sou do universo. Sou um
entre bilhões. Eu mesmo sou o bilhão que o universo abriga para a felicidade
individual e universal.
Um ponto apenas do paralelo-15 pode revelar a face do
universo oculta pela sombra das ambições de teres e haveres sobre a serenidade
dos seres.
O universo sou eu imerso na totalidade do universo.
Giro no espaço sideral, a bordo de um planeta, batido
por ventos e tempestades, calores sufocantes e frios gelados, raios e trovões,
instrumentos da orquestra sinfônica universal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário