segunda-feira, 7 de maio de 2012

UNIVERSO



 

Estou num ponto do paralelo-15, entre árvores milenares, num campo cerrado, dominado pelo sol de maio. Único da espécie homo sapiens, rodeado de seres que vivem incógnitos, da minúscula gramínea ao jacarandá frondoso.
O universo sabe que eu existo. Toma-me em seu colo e roda-me pelo espaço entre estrelas e galáxias.
Posso ouvir grilos e cigarras, o farfalhar das folhas que o vento balança, a mensagem das estrelas e da meia-lua num firmamento expandido.
Neste ponto secreto do paralelo-15 tenho o universo inteiro a olhar para mim.
O universo é meu, como eu sou do universo. Sou um entre bilhões. Eu mesmo sou o bilhão que o universo abriga para a felicidade individual e universal.
Um ponto apenas do paralelo-15 pode revelar a face do universo oculta pela sombra das ambições de teres e haveres sobre a serenidade dos seres.
O universo sou eu imerso na totalidade do universo.
Giro no espaço sideral, a bordo de um planeta, batido por ventos e tempestades, calores sufocantes e frios gelados, raios e trovões, instrumentos da orquestra sinfônica universal.

Nenhum comentário: