quinta-feira, 6 de outubro de 2011

OS CAMINHOS DE LULA

Poucos presidentes do Brasil tiveram tamanha visibilidade no mundo. Inteligência, experiência e astúcia venceram as barreiras que poderiam tê-lo confinado à condição de simples metalúrgico sindicalista. Lula é o homem que se fez por si.
Não contente de governar o país por 8 anos, continua como cérebro cinzento da atual presidente, senhora Dilma Rousseff.
Hoje anda pelo mundo como conselheiro econômico e político de países desenvolvidos, recebe títulos de doutor honoris causa de celebérrimas universidades de Portugal, França e Bahia. Promove o avanço de nossas empresas em países da América Latina, da África e da Ásia.
Bancos, como o Citybanc, o convidam para proferir palestras a remuneração de R$ 200.000 reais. É um gesto de reconhecimento pelo muito que vez em prol dessas entidades filantrópicas.
MARIA FERNANDA RAMOS COELHO, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, desembarcou em Caracas para prestar consultoria a Hugo Chaves. Sua contratação foi avalizada por Lula quando este visitou Chaves, no dia 3 de junho, 2011. O propósito é desenvolver programa semelhante ao MINHA CASA, MINHA VIDA, com assessoria brasileira (leia-se petista) e implantar agências bancárias em locais onde se vendem loterias e em postos de correios. No rastro dessa consultoria, virão as construtoras brasileiras cujos proprietários gozam da amizade particular do Sr. Lula.
A empresa brasileira OAS está construindo uma rodovia que corta o Território Indígena e o Parque Nacional Isidoro Secure, na Bolívia, com financiamento do BNDES. Um grave conflito se revelou entre os índios do Altiplano e os da Amazônia cujos interesses contradizem a proposta de benefícios a eles apontados.
Diante do enfrentamento entre os dois grupos, a OAS contratou o ex-presidente Lula para proferir palestras aos movimentos sociais e empresários bolivianos, em Santa Cruz de la Sierra, sobre a integração regional na América Latina, ideologia instrumentalizada pela rodovia. O conferencista chegou a Santa Cruz de la Sierra em avião particular da empresa OAS.
Uma reunião reservada entre o ex-presidente Lula e o presidente da Bolívia Evo Marales foi agendada para o dia 29 de agosto, 2011, na qual se propunha suavizar a postura do governo boliviano em relação aos índios amazônicos que protestavam contra a rodovia.
Lula, com sua inteligência, experiência e astúcia de sindicalista se tornou o maior promoter das multinacionais brasileiras em “países periféricos” no velho estilo do império americano no tempo em que as esquerdas combatiam o imperialismo ianque.
Mudaram os tempos? Mudamos nós? Mudou Lula? Mudaram as esquerdas?

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