quarta-feira, 11 de março de 2009

ARTE E PATRIMÔNIO

No debate sobre Arte e Patrimônio, realizado na ECCO, dia 10 de março, Glênio Lima apresentou uma galeria de 16 janelas, artisticamente construídas com restos de madeira da Igreja São Geraldo, que desabou há anos.
Os cupins, deixados livres para comer e se reproduzir, são capazes de grandes façanhas. Derrubam árvores e igrejas. Graças à iniciativa de Glênio Lima, ruínas de tábuas viraram janelas. Obras de arte de artistas brasilienses. Obras de arte tornam-se patrimônio cultural de uma comunidade.
Antes de se transformarem em janelas, as madeiras, em forma de igreja, eram patrimônio histórico do povo de Brasília. O patrimônio descuidado se perdeu. Um monte de ruínas.
Antes de compor a igreja, essas madeiras eram monumentos vegetais que decoravam nossas florestas, nossas montanhas, nossos vales. Foram abatidas por machados e motosserras.
Os monumentos da floresta, nosso patrimônio vegetal, foram derrubados para servir à religião, aos ritos, às celebrações.Assim como o patrimônio florestal foi tratado com indiferença e impiedade, o patrimônio igreja sofreu a mesma desgraça. As madeiras do monumento vegetal e do religioso são veneradas agora como patrimônio artístico.
O artista recriou as árvores abatidas, reconstruiu a igreja desabada e abriu janelas para os apreciadores da arte. Através delas contemplaremos os monumentos da natureza do Planalto Central, ameaçados de destruição pela ocupação desordenada da terra.
As árvores, as nascentes de água, os pássaros e todos os habitantes autóctones do Distrito Federal agradecem o apoio das autoridades e da sociedade na luta pela sobrevivência do patrimônio vegetal e ambiental, fonte puríssima do patrimônio cultural.

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