segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

E AGORA, PEDRO?

Mateus, depois do enterro de Jesus, patrocinado pelo banqueiro Nicodemos, chamou o experiente pescador a um lado, pôs-lhe a mão no ombro, olhou-o firmemente no rosto:
− E agora, Pedro? − indagou-lhe, na espera de uma resposta encorajadora. Sem Jesus, como é que ficamos? Quando essas massas famintas vierem cobrar pão e peixe, que faremos?
Jesus voltou para o céu e a humanidade continuou comendo o pão que o diabo amassou.
Sindicalistas e intelectuais que ouviam e liam Marx profetizando sobre capitalismo e comunismo, perguntavam-se, à beira do túmulo, como subsistiria a revolução dos trabalhadores unidos sem ele e que rumo tomaria o mundo.
Os seguidores de Lênin temiam a trajetória da Revolução Russa depois de seu desaparecimento. Stalin e companhia encarregaram-se de pôr as bases de sua derrocada. Durou menos de um século.
Os cardeais do Vaticano afligiam-se com a iminente morte de Pio XII. Como ficaria a igreja católica sem ele? João XXIII provou que um papa camponês, comendo feijão com arroz, não precisa de muitos dogmas para rezar a ave-maria. Rafael, Miguelangelo e Leonardo da Vinci fizeram mais pela solidez da instituição católica do que a maioria dos papas.
Os generais que cercavam Hitler não podiam conceber um mundo sem sua presença carismática. Depois dele, a humanidade voltaria às cavernas. Foram desmentidos por Angela Merki.
Hoje, a humanidade parece perguntar-se como será a economia mundial sem o capitalismo financeiro e o frenesi do consumismo.
Como será o mundo daqui a cem anos, quando ninguém de nós estará vivo?
Diga-me, Pedro de Montemor, que falta faremos aos sobreviventes do ano 2110?
E se a humanidade desaparecer no ano 2507, quem dará água à última planta que sobreviveu à fúria imobiliária?

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