A DEGRADAÇÃO DO
CERRADO
E DA
CIDADE-PARQUE
Brasília e
todas as cidades do Centro-Oeste contribuem para transformar o Cerrado em
deserto. A concepção tradicional da arquitetura urbana se adapta com sutilezas
de engenharia e arte ao crescimento da população. A degradação dos ecossistemas
diferenciados do bioma Cerrado, atingindo a fauna e a flora, não poupa a
cidade-parque. O sonho da cidade-parque despareceu sob os escombros de um
assentamento humano desigual, caótico, destruidor. Centenas de nascentes
desapareceram sob a irracional impermeabilidade das cidades, invasão de áreas
protetoras, abertas a inundações e desastres. As árvores que embelezariam a
cidade-parque, que propiciam umidade, captam águas da chuva e alimentam
pássaros, são tratadas com a mesma insensibilidade administrativa da ocupação
do espaço geográfico do Distrito Federal. A Floresta Nacional (FLONA) foi amputada
por decreto e aprovada por ditos representantes do povo.
É preciso que
os órgãos do Governo do Distrito Federal (Novacap, Zoobotânica, Adasa, Caesb)
informem a população sobre as reais razões de podas incompreensíveis em áreas
onde ninguém passa e nem há estacionamentos que pudessem ser atingidos por
algum galho de árvore. Este ato irracional de poda de árvores, segundo explicou
um dos comandados de uniforme verde-abóbora, obedece a um programa de proteção
prévia a possíveis quedas de galhos sobre automóveis!!!
As fotos aqui
publicadas (montanhas de verde abatido) indicam a irracionalidade da amputação
de galhos e troncos de árvores que protegem os blocos vizinhos da poluição dos
milhares de carros que correm pela L-2 e abafam o ruído da via. A saúde da
população, o bem-estar ao caminhar pela sombra, o ar menos seco e mais puro não
entram como razões de decisões meramente administrativas. Todas as energias da
gestão da cidade-parque parecem dirigidas à presença ditatorial e impositiva de
quase dois milhões de automóveis. A NOVACAP com seu exército de motosserristas
parece ser inimigo do verde e amigo do lixo que invade o solo e polui as águas.
Seis fotos da Poda na L-2
29.9.2022
Nenhum comentário:
Postar um comentário