quinta-feira, 10 de junho de 2021

RETRAÇÃO DAS CHUVAS,

 

RETRAÇÃO DAS CHUVAS,

 

Chegamos, com a retração das chuvas, ao ponto alto da indiferença e da insensatez. Diante da chamada crise hídrica, todas as atenções se voltam para as fontes alternativas de energia. Energia elétrica é prioridade para mover indústrias, agricultura, comércio, residências, aparelhos eletrônicos que são, ao mesmo tempo, canais incansáveis de poluição das águas, da terra e do ar. O Brasil é rico em rios que poluem o oceano que nos cerca. Com ou sem chuva, em Brasília, jogamos aos córregos, rios e lagos mais de 700 milhões de litros diários de água suja.

Todos sabem onde estão as represas, os reservatórios águas abaixo. Poucos se lembram onde mora o olho d’água, águas acima, que enche as Itaipús e as Três Marias. A água é vida, mas fica por conta do tempo. Sintomático. A vida, em segundo lugar. A água é tratada como um recurso. Vida não é um recurso. É a essência da ação. A escassez de água, no Brasil e no mundo, é vítima de nossa indiferença. Não há água sem mananciais, sem florestas, sem amor pela fonte da vida.

 

Água limpa de olho d’água protegido. Sítio das Neves. (Foto: Eugênio Giovenardi

9.6.2021


 

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